E como mil vezes nunca são demais, é altura de visitar o meu quotidiano laboral.
No episódio de hoje, uma questão de princípio, ou como os DAMA podiam ter escolhido outro título para o álbum.
Estava eu na minha vidinha a pensar em formas de atropelamento de seres unicelulares, quando me é ordenado que faça uma série de comunicações, uma delas dirigida a um cliente espanhol. Importa referir que já tinham tido lugar outras comunicações, um tanto ou quanto semelhantes. Em comum, uma coisa: todas escritas em Castelhano.
Pois bem.
Escrevo a missiva no melhor Portunhol de Almada, consulto uns dicionários on-line e a comunicação está pronta a seguir.
Entrego à entidade profana que me encarregou com a tarefa o labor e continuo a pensar em crimes perfeitos.
No dia seguinte, uma mensagem:
"Que merda é esta escrita em espanhol? Por acaso o gajo alguma vez se dignou a escrever em Português?"
E era isto. Aconteceram episódios conexos com a situação, mas são demasiado ridículos.
Há sociedades de advogados.
Há escritórios com advogados lá dentro.
E depois há isto.
terça-feira, outubro 27, 2015
Miguel Martins
Tenho saudades de um programa que era emitido na Sic Radical: Vai tudo Abaixo. Há rubricas memoráveis: Ruce e Reco, Black Skin e uma imitação de Brasileiro nacionalista cujo nome não me recordo.
Há bocado, lembrei-me de outro: Miguel Martins, o tal que tinha ideias para o país.
Vindo de um almoço bastante feliz numa conhecida adega lisboeta, a que junto o facto de estar constantemente a ser bombardeado com concursos televisivos, sejam em formato "760" ou "Alta Pressão", tive um delírio lúcido.
Seria espectador de um concurso de brindes.
As regras seriam simples:
a) 6 concorrentes. 5 fases.
b) A cada fase, ao concorrente seria dado um tema ao qual ele teria de brindar. Por exemplo: aniversário do Bóbi num jantar de família para 8 pessoas.
c) O brinde não poderia exceder os 5 minutos e seria "julgado" por um painel constituído por Jorge Palma, Jorge Sampaio e Marinho Pinto.
d) O pior brinde significaria a desqualificação do proponente.
e) O concurso seguiria até existirem só dois contendores e, nessa fase, o brinde poderia chegar aos 7 minutos.
Um aspecto que não poderia ser descurado era a categoria da bebida com a qual se brindava. A primeira ronda deveria ser protagonizada por um vinho maduro alentejano tinto. A segunda seria com cerveja importada. A terceira e quarta com o melhor espumante Português ou um Moet e a última com um champagne estilo Bolinger.
A apresentação deveria estar a cargo daquele fulano que indica aos ministros onde é que eles devem assinar nos actos de tomada de posse.
Só seriam admitidos a concurso licenciados nas áreas das humanidades que tivessem concluído o curso com participação em, pelo menos, 10 jantares de turma e 5 aparições em festas de tunas.
O prémio seria a abertura de uma conta bancária a prazo, com um depósito de € 5.000,00 no Novo Banco.
Subitamente, acordei.
Mal me recordando do sonho.
Há bocado, lembrei-me de outro: Miguel Martins, o tal que tinha ideias para o país.
Vindo de um almoço bastante feliz numa conhecida adega lisboeta, a que junto o facto de estar constantemente a ser bombardeado com concursos televisivos, sejam em formato "760" ou "Alta Pressão", tive um delírio lúcido.
Seria espectador de um concurso de brindes.
As regras seriam simples:
a) 6 concorrentes. 5 fases.
b) A cada fase, ao concorrente seria dado um tema ao qual ele teria de brindar. Por exemplo: aniversário do Bóbi num jantar de família para 8 pessoas.
c) O brinde não poderia exceder os 5 minutos e seria "julgado" por um painel constituído por Jorge Palma, Jorge Sampaio e Marinho Pinto.
d) O pior brinde significaria a desqualificação do proponente.
e) O concurso seguiria até existirem só dois contendores e, nessa fase, o brinde poderia chegar aos 7 minutos.
Um aspecto que não poderia ser descurado era a categoria da bebida com a qual se brindava. A primeira ronda deveria ser protagonizada por um vinho maduro alentejano tinto. A segunda seria com cerveja importada. A terceira e quarta com o melhor espumante Português ou um Moet e a última com um champagne estilo Bolinger.
A apresentação deveria estar a cargo daquele fulano que indica aos ministros onde é que eles devem assinar nos actos de tomada de posse.
Só seriam admitidos a concurso licenciados nas áreas das humanidades que tivessem concluído o curso com participação em, pelo menos, 10 jantares de turma e 5 aparições em festas de tunas.
O prémio seria a abertura de uma conta bancária a prazo, com um depósito de € 5.000,00 no Novo Banco.
Subitamente, acordei.
Mal me recordando do sonho.
segunda-feira, outubro 26, 2015
Um post típico desta tasca
O Sábado e o Domingo que antecederam esta Segunda Feira foram excelentes. Sábado recebi e convivi com grandes amigos; no Domingo estive com a família de ambos os lados e o Sporting ganhou categoricamente.
Dito isto, vim trabalhar.
Que é que posso fazer para que este exercício supra descrito custe menos?
Vou explicar.
Não são as funções. Não é o espaço físico (embora esteja nojento com a falta de limpeza).
São as mesmas caras, de quem não gosto. São as mesmas conversas, das quais não gosto, é o mesmo chefe, do qual não gosto.
Já me cansa escrever isto. Já me cansa sentir isto.
A única dúvida que me assalta é: não ganhar dinheiro algum dá uma sensação melhor ou pior? Fico aliviado porque, finalmente, terei mandado o Pedro Guerra da MS para o orvalho que o parta, ou arrependido porque ter dinheiro é mesmo a única coisa?
Até agora tenho preferido o dinheiro.
Dito isto, vim trabalhar.
Que é que posso fazer para que este exercício supra descrito custe menos?
Vou explicar.
Não são as funções. Não é o espaço físico (embora esteja nojento com a falta de limpeza).
São as mesmas caras, de quem não gosto. São as mesmas conversas, das quais não gosto, é o mesmo chefe, do qual não gosto.
Já me cansa escrever isto. Já me cansa sentir isto.
A única dúvida que me assalta é: não ganhar dinheiro algum dá uma sensação melhor ou pior? Fico aliviado porque, finalmente, terei mandado o Pedro Guerra da MS para o orvalho que o parta, ou arrependido porque ter dinheiro é mesmo a única coisa?
Até agora tenho preferido o dinheiro.
sexta-feira, outubro 23, 2015
Mediocridade
O conceito de média é das poucas coisas bonitas que a matemática me trouxe.
Com ela, pude saber qual era o meu lugar na sociedade. É baixo. Rastejante. Tenho de viver com isso.
O que me complica a felicidade quotidiana é saber que, como eu, há tantos seres desprovidos de utilidade que, não obstante, se têm em grande conta.
Já fui mais bruto do que actualmente.
Hoje, só sou a favor de severos castigos corporais exercidos nessa gente.
Com ela, pude saber qual era o meu lugar na sociedade. É baixo. Rastejante. Tenho de viver com isso.
O que me complica a felicidade quotidiana é saber que, como eu, há tantos seres desprovidos de utilidade que, não obstante, se têm em grande conta.
Já fui mais bruto do que actualmente.
Hoje, só sou a favor de severos castigos corporais exercidos nessa gente.
quinta-feira, outubro 22, 2015
Uma outra versão do anti-cristo.
Diz-nos a wikipedia que: Anticristo (do grego αντιχριστός i.e. "opositor a Cristo") é uma denominação comum no Novo Testamento para designar aqueles que se oponham a Jesus Cristo, e também designa um personagem escatológico, que segundo a tradição cristã dominará o mundo.
Não sendo, nem querendo ser, particularmente teólogo, Jesus Cristo é amor. Amor é bem. O bem não é o mal. Açougue é talho.
Enquanto deslizava pelo mural do FB, descobri que, assim como Deus, o Diabo pode estar dividido. Não há um "Pai, Filho e Ricardo Salgado", mas pode haver parecido.
Medina Carreira;
Camilo Lourenço;
Marcelo Rebelo de Sousa;
Marques Mendes;
José Gomes Ferreira.
Cinco nomes para uma estrela de cinco pontas invertida. Todos eles são bestas e pouco faltará para terem os cascos de uma.
Tentei, ainda, pesquisar por uma figura que os incorporasse.
Está aqui.
Não sendo, nem querendo ser, particularmente teólogo, Jesus Cristo é amor. Amor é bem. O bem não é o mal. Açougue é talho.
Enquanto deslizava pelo mural do FB, descobri que, assim como Deus, o Diabo pode estar dividido. Não há um "Pai, Filho e Ricardo Salgado", mas pode haver parecido.
Medina Carreira;
Camilo Lourenço;
Marcelo Rebelo de Sousa;
Marques Mendes;
José Gomes Ferreira.
Cinco nomes para uma estrela de cinco pontas invertida. Todos eles são bestas e pouco faltará para terem os cascos de uma.
Tentei, ainda, pesquisar por uma figura que os incorporasse.
Está aqui.
quarta-feira, outubro 21, 2015
Proposta do dia
Atentai ao seguinte poema:
Eu já estive aqui anteriormente
Mas bati sempre no fundo
Passei uma vida inteira a correr
E sempre fugi
Mas contigo sinto qualquer coisa
Que me faz querer ficar
Estou preparado para isto
Nunca atiro para falhar
Mas sinto que vem uma tempestade a caminho
Se eu vou conseguir aguentar mais um dia
Já não faz sentido correr
Isto é algo que tenho de enfrentar
Se eu tudo arriscar
Podes comigo ficar?
Como é que vivo? Como é que respiro?
Sem te ter por perto sufoco
Quero sentir o amor a correr no meu sangue
Diz se é agora que tudo vou largar?
Por ti arrisco tudo,
É o que está escrito na parede.
Este poema é musica. Por quem?
Hipóteses:
a) António Antunes (a.k.a Tony Carreira)
b) João Pedro Pais
c) Clemente
d) Samuel Frederico
Resposta aqui.
Eu já estive aqui anteriormente
Mas bati sempre no fundo
Passei uma vida inteira a correr
E sempre fugi
Mas contigo sinto qualquer coisa
Que me faz querer ficar
Estou preparado para isto
Nunca atiro para falhar
Mas sinto que vem uma tempestade a caminho
Se eu vou conseguir aguentar mais um dia
Já não faz sentido correr
Isto é algo que tenho de enfrentar
Se eu tudo arriscar
Podes comigo ficar?
Como é que vivo? Como é que respiro?
Sem te ter por perto sufoco
Quero sentir o amor a correr no meu sangue
Diz se é agora que tudo vou largar?
Por ti arrisco tudo,
É o que está escrito na parede.
Este poema é musica. Por quem?
Hipóteses:
a) António Antunes (a.k.a Tony Carreira)
b) João Pedro Pais
c) Clemente
d) Samuel Frederico
Resposta aqui.
terça-feira, outubro 13, 2015
Du Vin
Conheço poucas pessoas que não gostem de vinho.
Ponto prévio: não sou daquelas pessoas que categoriza as outras por aquilo que comem (e bebem) ou não. Por exemplo, jamais ficaria menos impressionado com alguém se soubesse que esse alguém não gostava de trufas. O mesmo sucede para o vinho.
O vinho é das poucas bebidas que pode ser consumida à refeição e como bebida social. Dir-me-ão que todas têm a mesma benção. Digo que não. Jamais algum manjar ficará bem acompanhado com Blue Coraçao ou Baileys.
É uma bebida democrática. É bebida pelo bêbedo. É bebida pelo nobre. É transversal. Ainda que nunca nos passe pela goela um Barca Velha de 2004 (e a mim nunca passou), soubemos que existe vinho bom a menos de 5 euros.
Venho, por esta via, lamentar a falta de vinho nas reuniões que António Costa tem mantido. Não é que não perceba. Os jornalistas iam achar horrendo o bafo expelido depois de um encontro com Passos e Portas. Iam imputar-lhe adjectivos desonrosos. Chamar-lhe coisas feias. Jurar que não era o líder que o país precisava.
Entendo, mas lamento.
A minha experiência ensinou-me que os melhores negócios se fazem à mesa. Em mesas onde não se bebe água. Não deviam ter existido reuniões. Deviam ter sido marcados jantares ou almoços. Penso que todos ganhariam. Desde logo, o sector privado da restauração, que bem carecido está. Ganhavam os jornalistas. É que para além do que diriam no caso de existir uma simples reunião, teriam mais assunto: a conta, quem a pagou, o que se bebeu, o que se comeu, quem comeu o quê. Poderia dar-se o caso de existir uma reportagem na Tabu com o cozinheiro que preparou a cabeça de peixe que Passos tinha deglutido. Até mesmo uma crónica no Correio da Manhã com uma tabela de correspondências entre o que Costa comeu e Sócrates havia comido, naquele mesmo restaurante, há 5 anos, com prejuízo para o primeiro, uma vez que Sócrates comeu as ostras de entrada, mandou vir o Heston Blumenthal para fazer o prato e encerrou com uma edição limitada de uma mousse de chocolate confeccionada apud receita inventada por um mestre chocolateiro morto em Jacarta.
Mas, melhor que tudo, as televisões poderiam contratar "entendidos" que pudessem ligar o vinho tomado com o perfil do tomador. "Portas pediu José de Sousa 2011, o que revela que gosta de homens mais velhos". "Catarina Martins optou por um Mateus Rosé, o que claramente a desqualifica para qualquer cargo governativo". "Jerónimo de Sousa bebeu palheto, o que mostra a tradição a que o PC é fiel". Por aí fora.
Este post é, como disse, um lamento. O melhor de Portugal é a hotelaria, o turismo. A jóia da coroa é a gastronomia. Sem respeito pelos Portugueses, os actores políticos deram um sinal terrível ao país.
Não faço planos de perdoar.
Ponto prévio: não sou daquelas pessoas que categoriza as outras por aquilo que comem (e bebem) ou não. Por exemplo, jamais ficaria menos impressionado com alguém se soubesse que esse alguém não gostava de trufas. O mesmo sucede para o vinho.
O vinho é das poucas bebidas que pode ser consumida à refeição e como bebida social. Dir-me-ão que todas têm a mesma benção. Digo que não. Jamais algum manjar ficará bem acompanhado com Blue Coraçao ou Baileys.
É uma bebida democrática. É bebida pelo bêbedo. É bebida pelo nobre. É transversal. Ainda que nunca nos passe pela goela um Barca Velha de 2004 (e a mim nunca passou), soubemos que existe vinho bom a menos de 5 euros.
Venho, por esta via, lamentar a falta de vinho nas reuniões que António Costa tem mantido. Não é que não perceba. Os jornalistas iam achar horrendo o bafo expelido depois de um encontro com Passos e Portas. Iam imputar-lhe adjectivos desonrosos. Chamar-lhe coisas feias. Jurar que não era o líder que o país precisava.
Entendo, mas lamento.
A minha experiência ensinou-me que os melhores negócios se fazem à mesa. Em mesas onde não se bebe água. Não deviam ter existido reuniões. Deviam ter sido marcados jantares ou almoços. Penso que todos ganhariam. Desde logo, o sector privado da restauração, que bem carecido está. Ganhavam os jornalistas. É que para além do que diriam no caso de existir uma simples reunião, teriam mais assunto: a conta, quem a pagou, o que se bebeu, o que se comeu, quem comeu o quê. Poderia dar-se o caso de existir uma reportagem na Tabu com o cozinheiro que preparou a cabeça de peixe que Passos tinha deglutido. Até mesmo uma crónica no Correio da Manhã com uma tabela de correspondências entre o que Costa comeu e Sócrates havia comido, naquele mesmo restaurante, há 5 anos, com prejuízo para o primeiro, uma vez que Sócrates comeu as ostras de entrada, mandou vir o Heston Blumenthal para fazer o prato e encerrou com uma edição limitada de uma mousse de chocolate confeccionada apud receita inventada por um mestre chocolateiro morto em Jacarta.
Mas, melhor que tudo, as televisões poderiam contratar "entendidos" que pudessem ligar o vinho tomado com o perfil do tomador. "Portas pediu José de Sousa 2011, o que revela que gosta de homens mais velhos". "Catarina Martins optou por um Mateus Rosé, o que claramente a desqualifica para qualquer cargo governativo". "Jerónimo de Sousa bebeu palheto, o que mostra a tradição a que o PC é fiel". Por aí fora.
Este post é, como disse, um lamento. O melhor de Portugal é a hotelaria, o turismo. A jóia da coroa é a gastronomia. Sem respeito pelos Portugueses, os actores políticos deram um sinal terrível ao país.
Não faço planos de perdoar.
segunda-feira, outubro 05, 2015
Bíblia
A
páginas tantas, António Costa empunhava aquela pastinha e quase a
venerava, como se de um vendedor de bíblias se tratasse. Não sei quem
lhe disse que aquilo iria resultar.
Quem me conhece, sabe que não morro de amores por António Costa. Nunca o vi como suficientemente capaz de estar à altura do que ambicionava, isto é, comandar os destinos deste país. Sei, contudo, duas coisas: que o político António Costa tinha algumas provas dadas e que o candidato António Costa foi pouco melhor que fraquíssimo.
Até que se chegou ao dia das eleições e, às 20 horas, numa casa repleta de "adeptos do mesmo clube", assisti a uma calamitosa derrota.
No princípio foi o verbo e no fim foi Porto Editora.
Quem me conhece, sabe que não morro de amores por António Costa. Nunca o vi como suficientemente capaz de estar à altura do que ambicionava, isto é, comandar os destinos deste país. Sei, contudo, duas coisas: que o político António Costa tinha algumas provas dadas e que o candidato António Costa foi pouco melhor que fraquíssimo.
Até que se chegou ao dia das eleições e, às 20 horas, numa casa repleta de "adeptos do mesmo clube", assisti a uma calamitosa derrota.
No princípio foi o verbo e no fim foi Porto Editora.
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