sexta-feira, abril 27, 2018

Funcionários Judiciais

O patrocínio forense é uma honra. Se não tivermos em conta o apoio judiciário (onde a nomeação para patrocínio do beneficiário é aleatória, não permitindo uma verdadeira escolha por parte de quem é representado), cada cliente escolheu-nos. Fomos nós e não outro. Fomos nós, apesar dos outros.
Dentro do patrocínio, obrigatório se torna lançar mão de todos os meios ao alcance para defender quem nos elegeu.

Um desses meios, a meu ver, é singelo, mas incontornável: consultar o processo original. Pedir a sua confiança, para, no escritório, o poder ler e pensar.

Requeri.  Ligaram para o escritório referindo que havia sido deferida a consulta. Acto contínuo, lá me desloquei, ao Tribunal. Note-se: ligaram, da secção, para o meu escritório para que lá fosse buscar o processo.

Chegando lá, afinal não. "Doutor, estava a trabalhar no processo e ainda vai demorar, não pode cá passar à tarde". Acedi.

Complicada a minha vida, naquele dia, à tarde, não fui.

Voltei no dia seguinte.

E agora, discurso directo:

"Ai sotor, não veio e eu fiquei, por acaso, até mais tarde e até fui à Dra. Juiza que disse "só agora"  e ela ficou com o processo. Além disso, depois meteu-se o requerimento do sotor, que o Dr. X veio responder. Já viu, não já? Pois. O sotor faz o seu papel, claro, mas o seu cliente portou-se mal. Muito mal."

Fica para memória futura. Para aquela ave comum, choldra e ainda era pouco.

segunda-feira, abril 23, 2018

Mais que uma cena

Não sendo um grande filme (sequer bom), "Só Deus Perdoa" tem este pedacinho superior, de que me lembrei há momentos.
Não venho com a intenção de fazer leituras sobre o significado da luta no contexto do filme.
O que me fascina é algo rudimentar: um bonitão, cheio de saúde a levar uma tareia homérica de um caga tacos com aspecto de funcionário de um Hyper China.
Cinefilamente falando, é das melhores metáforas que vi sobre a vida.