O patrocínio forense é uma honra. Se não tivermos em conta o apoio judiciário (onde a nomeação para patrocínio do beneficiário é aleatória, não permitindo uma verdadeira escolha por parte de quem é representado), cada cliente escolheu-nos. Fomos nós e não outro. Fomos nós, apesar dos outros.
Dentro do patrocínio, obrigatório se torna lançar mão de todos os meios ao alcance para defender quem nos elegeu.
Um desses meios, a meu ver, é singelo, mas incontornável: consultar o processo original. Pedir a sua confiança, para, no escritório, o poder ler e pensar.
Requeri. Ligaram para o escritório referindo que havia sido deferida a consulta. Acto contínuo, lá me desloquei, ao Tribunal. Note-se: ligaram, da secção, para o meu escritório para que lá fosse buscar o processo.
Chegando lá, afinal não. "Doutor, estava a trabalhar no processo e ainda vai demorar, não pode cá passar à tarde". Acedi.
Complicada a minha vida, naquele dia, à tarde, não fui.
Voltei no dia seguinte.
E agora, discurso directo:
"Ai sotor, não veio e eu fiquei, por acaso, até mais tarde e até fui à Dra. Juiza que disse "só agora" e ela ficou com o processo. Além disso, depois meteu-se o requerimento do sotor, que o Dr. X veio responder. Já viu, não já? Pois. O sotor faz o seu papel, claro, mas o seu cliente portou-se mal. Muito mal."
Fica para memória futura. Para aquela ave comum, choldra e ainda era pouco.