sexta-feira, novembro 26, 2010

Porque um blogue serve para estas coisas

Não sou rico.
Não tenho aspirações a ser.

Veja eu que o meu trabalho é alvo de gozo e saio.

Dizendo tudo e fazendo nada.

Como para a Lapónia ainda vai uma considerável distância

Vou dizer aquilo que realmente me fazia feliz no Natal (isto vai parecer mesmo à velho...mas vendo bem, novo é que nunca fui):

- Saúde para todos. A família que não está velha, está doente.
- Juventude para alguns. A família que não está doente, está velha.
- Felicidade para ti que, calada e aguentando, lá deixas sair uns desabafos. Sim, para ti. É mesmo de ti que estou a falar.
- Permitir aos meus pais que vivam a vida com o ordenado deles sem que comigo se preocupem.
- Um emprego remunerado que fosse capaz de executar bem.

São cinco coisas. Todas elas, apesar de poucas, impossíveis.

Ou quase.

Voltando ao texto...

Sempre achei que o pior que pode acontecer a alguém é ser uma "fase" na vida de outrém.

Cada vez mais me sinto uma fase.

Acho que, ao fim e ao cabo, nunca fui visto como mais que isso.

Um intervalo, um lapso. Assim uma espécie de suplente que jogou bem e lá o deixaram fazer um segundo jogo a titular, sendo que bem pode sonhar com o terceiro, que nunca há de lá estar.

É. Anda por aí. Em ultima análise, cansam-se de mim.

O que é muito natural. Eu também me canso de mim.

quinta-feira, novembro 25, 2010

Não me convidaram para este, logo eu que dava um convidado excelente

42

Não quero falhar.

Não posso falhar.

Mais uma vez, não sendo nem a primeira nem última, Parabéns a nós.

Porque também há coisas boas.

terça-feira, novembro 23, 2010

Só mesmo do Direito.

Come up to meet you,
Tell you I’m sorry,
You don’t know how lovely you are
I had to find you,
Tell you I need you,
Tell you I set you apart
Tell me your secrets,
And ask me your questions,
Aww let’s go back to the start
Runnin’ in circles,
Comin’ our tails,
Heads on the science apart

Nobody said it was easy
It’s such a shame for us to part
Nobody said it was easy
No one ever said it would be this hard
Aww take me back to the start

I was just guessin’,
At numbers and figures,
Pullin’ the puzzles apart
Questions of science,
Science and progress,
Do not speak as loud as my heart
Tell me you love me,
Come back to haunt me,
Oh when I rush to the start Runnin’ in circles,
Chasin’ our tails,
Comin’ back as we are

Nobody said it was easy
Aww It’s such a shame for us to part
Nobody said it was easy
No one ever said it would be so hard
I’m goin’ back to the start

Ahhooooooooooooooooo
Ahhooooooooooooooooo
Ahhooooooooooooooooo
Ahhooooooooooooooooo

Nunca ter aprendido a escrever tem destas coisas: há que recorrer ao outsourcing para expressar seja o que for.

Está batido?
Está gasto?

São so Coldplay e este blogue ainda é o meu.

Não é o Fix you, mas nos dias que correm o efeito é o mesmo.

segunda-feira, novembro 22, 2010

Parafraseando um outro alguém

Não posso ser gente,
Não posso aspirar a existir.

Fora isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

quinta-feira, novembro 18, 2010

Aqui há uns anos, estávamos na biblioteca. Não raras vezes, quotidianamente mesmo, era aquele o nosso espaço de estudo e, ao contrário de tudo o que a deontologia e ética aconselham, de boa conversa.

Fui interpelado:

- Epá, mas não queres ser advogado porquê?
- Tu já viste a responsabilidade? Então vai depender de mim se alguém vai preso? E se faço merda? Se azelho? Lá vai o desgraçado bater com os costados à pildra e eu lá terei de me atirar da ponte.
- Então e pensas que se fores juiz é melhor?
- Se for juiz não sou advogado e continuo a pensar o que penso hoje: a culpa é dos advogados.

A incompetência, o danoninho e eu próprio tratamos de desvirtuar todas as crenças, mezinhas e benzeduras e pronto...hoje, mais que alguém, sou um número que termina com duas letrinhas: LE.

Isto foi esquecido. Pelo menos, tirou umas férias. Deve ter andado lá para Cancun ou mesmo Cuba. Eis que voltou bronzeado.

- Estou sim? É o senhor Y?
- Sou sim.
- Olhe, eu sou seu advogado, estou a ligar da parte de Z, que já falou consigo, gostava que cá viesse, para falarmos um bocado.
- Ok! Mas, oh Doutor, preciso que seja franco comigo. Preciso mesmo de saber.
- Claro, diga.
- Doutor...eu vou preso?

Lá se teve a reunião com o Y. Perguntei-lhe se sabia por que crime estava acusado. Depois perguntei-lhe se sabia da moldura penal.

Quando lhe falei num par foi como se toda a vida dele fosse um grande arrependimento que não matava mas moía. E estava a moe-lo bem.

Disse-lhe para ter calma.

Porra. Sei lá eu o que digo.