Passou-me qualquer coisa pelos olhos.
Aquele mendigo que vi na última vez que fui ao bairro. Aquele que, vestido como podia, arranjado como não estava, dormia dentro de uma dependência bancária, à espera que não fosse "varrido" dali para fora.
Era eu.
segunda-feira, dezembro 26, 2011
sexta-feira, dezembro 23, 2011
quarta-feira, dezembro 21, 2011
Os últimos
O ingresso foi em Setembro de 2009. Fervilhavam os ensinamentos jurídico-políticos numa cabeça assombrada por aquilo que tinha pouco reflexo prático. A carreira forense é diametralmente oposta à carreira académica. Dir-se-á mesmo que o único ponto comum é a omnipresença de legislação, elementar em qualquer dos casos. Fora isso, rien.
*
A transmissão do novo saber começou com atraso: diria Outubro ou Novembro. Havia curiosidade. Desde pequeno que tinha que saber por que regras me regia. Acho que foi isso. Uma opção, uma escolha materializada num formulário entregue em Setúbal. Depois foi o que se viu. Só faltaram as lágrimas ao sangue e ao suor. 5 anos da alta cozinha jurídica numa escola de excelência.
*
4 meses depois, marcava-se mesa no "Sabor Mineiro". Uma imensidão de gente. Era curioso o ritual. Afinal, incitava-se ao convívio, ao bom ambiente, até mesmo à farra. "Ou vais ao RS ou não te assino o relatório de estágio". A brincar, claro. Comeu-se, bebeu-se. Riu-se. Continuava fresco e imberbe (não se mudou muito até hoje). Era estupendo ver que o trabalho também tinha uma dimensão socialite. Faz falta. Lá se foi para o RS, uma discoteca da moda. A visita durou uns amáveis 10 minutos.
*
Durante 5 anos, nasce e morre muita gente. Fisica e socialmente. O mesmo é dizer que corre muita água por baixo das pontes, meanwhile. Como na economia, onde tudo se pode representar por gráficos, também os certames desta índole gozavam de uma representação parecida à curva de Laffer, seja lá o que ela for. Do primeiro nem há lembrança se existiu. Admite-se que sim e até se acha que se sabe com quem. Só podia, na altura. Mas, como se demonstra, valeu zero.
*
2 anos passam. Já foi ontem. É a naturalidade que leva à escrita das linhas. Na verdade, aquele foi o último. Não haverá outro, seguramente, não com aquelas pessoas naquelas circunstâncias. Para o ano, isto não se escreve e terá passado mais uma fase. Naturalidade. Nem nostalgia, nem sentimento de saída. Sem drama. Estranho, porque a eles haveria lugar e não houve. Aceitou-se. Só pode querer dizer isto.
*
Os momentos que antecedem o encontro estão ligados à vida académica na fase mais generosa: terminada uma simulação processual, havia que seguir-se a celebração sazonal. Na altura, crê-se que só um dos convivas ganhava ordenado. Os outros só estudavam. Havia que ir ao encontro de todos os bolsos. Cantina do ISCTE, como era conhecida. Foi lá. O melhor. Até se recorda o prato: jardineira. Mais novos, mas tão felizes. Não interessava o "onde". Logisticamente, requeria-se o "quando". O "porquê" era adquirido: o desejo era de união, aproveitar aqueles últimos dias em que a manhã era teórica e a tarde prática. Trocaram-se prendas. Contaram-se piadas. Estava lá tudo. Também estavam lá todos.
*
Foi o último.
*
*
A transmissão do novo saber começou com atraso: diria Outubro ou Novembro. Havia curiosidade. Desde pequeno que tinha que saber por que regras me regia. Acho que foi isso. Uma opção, uma escolha materializada num formulário entregue em Setúbal. Depois foi o que se viu. Só faltaram as lágrimas ao sangue e ao suor. 5 anos da alta cozinha jurídica numa escola de excelência.
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4 meses depois, marcava-se mesa no "Sabor Mineiro". Uma imensidão de gente. Era curioso o ritual. Afinal, incitava-se ao convívio, ao bom ambiente, até mesmo à farra. "Ou vais ao RS ou não te assino o relatório de estágio". A brincar, claro. Comeu-se, bebeu-se. Riu-se. Continuava fresco e imberbe (não se mudou muito até hoje). Era estupendo ver que o trabalho também tinha uma dimensão socialite. Faz falta. Lá se foi para o RS, uma discoteca da moda. A visita durou uns amáveis 10 minutos.
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Durante 5 anos, nasce e morre muita gente. Fisica e socialmente. O mesmo é dizer que corre muita água por baixo das pontes, meanwhile. Como na economia, onde tudo se pode representar por gráficos, também os certames desta índole gozavam de uma representação parecida à curva de Laffer, seja lá o que ela for. Do primeiro nem há lembrança se existiu. Admite-se que sim e até se acha que se sabe com quem. Só podia, na altura. Mas, como se demonstra, valeu zero.
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2 anos passam. Já foi ontem. É a naturalidade que leva à escrita das linhas. Na verdade, aquele foi o último. Não haverá outro, seguramente, não com aquelas pessoas naquelas circunstâncias. Para o ano, isto não se escreve e terá passado mais uma fase. Naturalidade. Nem nostalgia, nem sentimento de saída. Sem drama. Estranho, porque a eles haveria lugar e não houve. Aceitou-se. Só pode querer dizer isto.
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Os momentos que antecedem o encontro estão ligados à vida académica na fase mais generosa: terminada uma simulação processual, havia que seguir-se a celebração sazonal. Na altura, crê-se que só um dos convivas ganhava ordenado. Os outros só estudavam. Havia que ir ao encontro de todos os bolsos. Cantina do ISCTE, como era conhecida. Foi lá. O melhor. Até se recorda o prato: jardineira. Mais novos, mas tão felizes. Não interessava o "onde". Logisticamente, requeria-se o "quando". O "porquê" era adquirido: o desejo era de união, aproveitar aqueles últimos dias em que a manhã era teórica e a tarde prática. Trocaram-se prendas. Contaram-se piadas. Estava lá tudo. Também estavam lá todos.
*
Foi o último.
*
sexta-feira, dezembro 16, 2011
Uma grande amiga minha anunciou-me, hoje, que vai sair de casa dos pais.
Foi das melhores notícias que poderia ter ouvido.
Desde que a conheço que teve esse desejo. De se emancipar, de ter a sua vida, o seu espaço. O seu "pequeno T2 onde pudessem viver os dois", lá dizia a música.
Em Janeiro lá está ela.
(Penso quando chegará a minha altura. Alegre, acho que já esteve mais longe.)
Há dias do camandro.
Foi das melhores notícias que poderia ter ouvido.
Desde que a conheço que teve esse desejo. De se emancipar, de ter a sua vida, o seu espaço. O seu "pequeno T2 onde pudessem viver os dois", lá dizia a música.
Em Janeiro lá está ela.
(Penso quando chegará a minha altura. Alegre, acho que já esteve mais longe.)
Há dias do camandro.
sexta-feira, dezembro 02, 2011
A propósito do "Método Perigoso", veio-me à cabeça um problema de sempre: limites.
Uma das questões que é levantada, e até debatida, no filme, é a da repressão sexual. As teses, primordialmente, tendem a favorecer a ideia de que não deve existir essa repressão, sob pena de se dar origem a comportamentos mais explosivos.
O problema de defender, ou não, a repressão, seja ela qual for, é saber onde se traçam limites. Porém, já saber onde se traçam limites é uma questão de critério. Achá-lo é o diabo.
(Tinha escrito um texto com algumas páginas, mas decidi apagá-lo. Um tema destes não se trata com leviandade).
Depois daquelas máximas ("o Homem é um fim em si mesmo), tenho só a dizer que, tantos os limites, como o inferno, são os outros.
Perceber até onde aguentam é o critério.
Uma das questões que é levantada, e até debatida, no filme, é a da repressão sexual. As teses, primordialmente, tendem a favorecer a ideia de que não deve existir essa repressão, sob pena de se dar origem a comportamentos mais explosivos.
O problema de defender, ou não, a repressão, seja ela qual for, é saber onde se traçam limites. Porém, já saber onde se traçam limites é uma questão de critério. Achá-lo é o diabo.
(Tinha escrito um texto com algumas páginas, mas decidi apagá-lo. Um tema destes não se trata com leviandade).
Depois daquelas máximas ("o Homem é um fim em si mesmo), tenho só a dizer que, tantos os limites, como o inferno, são os outros.
Perceber até onde aguentam é o critério.
quinta-feira, novembro 17, 2011
Acho que voltámos à luta de classes.
Como em tudo no mundo moderno, houve especialização.
Hoje, já não há aquele conceito de combater a burguesia. Ela própria está estratificada. São os próprios burgueses que se matam entre si. Os trabalhadores do sector público contra os do sector privado. Aqueles que têm um contrato sem termo e aqueles que trabalham a recibos verdes. Por aí fora.
Quando comecei a escrever neste blogue (já não sei há quanto tempo), nunca pensei que chegássemos a este nível.
Chegámos.
Dou por mim a pensar em tudo o que oiço e leio quotidianamente. Quando é notório que há uma clara aposta na política de terra queimada, na "regeneração moral" da sociedade, sendo tudo isso conceitos que abomino e defendo que deveriam ser criminalizados, encontro-me, vezes demais, perto daqueles que vêem a solução a chegar sob a forma de bomba atómica, com mortos e feridos, mas mais mortos que feridos.
Quando, hoje, mais do que nunca, era necessário um consenso, mas não um consenso "a la PR", os elementos da sociedade estão uns contra os outros.
Porque são invejosos.
Porque em casa onde não há pão todos ladram e ninguém tem razão.
Ao fim deste tempo todo, sem escrever, acho que não estive bem ciente do que é o País nos dias que correm. Hoje, sei que ele já não existe para além da formalidade.
Já não há Portugueses, há habitantes do território chamado Portugal. Já não há cidadãos, há funcionários públicos, funcionários privados e, fundindo os dois, há contribuintes, sujeitos passivos.
Uma coisa é boa, no meio disto tudo. Chegou, finalmente, a certidão de óbito do D.Sebastião.
Como em tudo no mundo moderno, houve especialização.
Hoje, já não há aquele conceito de combater a burguesia. Ela própria está estratificada. São os próprios burgueses que se matam entre si. Os trabalhadores do sector público contra os do sector privado. Aqueles que têm um contrato sem termo e aqueles que trabalham a recibos verdes. Por aí fora.
Quando comecei a escrever neste blogue (já não sei há quanto tempo), nunca pensei que chegássemos a este nível.
Chegámos.
Dou por mim a pensar em tudo o que oiço e leio quotidianamente. Quando é notório que há uma clara aposta na política de terra queimada, na "regeneração moral" da sociedade, sendo tudo isso conceitos que abomino e defendo que deveriam ser criminalizados, encontro-me, vezes demais, perto daqueles que vêem a solução a chegar sob a forma de bomba atómica, com mortos e feridos, mas mais mortos que feridos.
Quando, hoje, mais do que nunca, era necessário um consenso, mas não um consenso "a la PR", os elementos da sociedade estão uns contra os outros.
Porque são invejosos.
Porque em casa onde não há pão todos ladram e ninguém tem razão.
Ao fim deste tempo todo, sem escrever, acho que não estive bem ciente do que é o País nos dias que correm. Hoje, sei que ele já não existe para além da formalidade.
Já não há Portugueses, há habitantes do território chamado Portugal. Já não há cidadãos, há funcionários públicos, funcionários privados e, fundindo os dois, há contribuintes, sujeitos passivos.
Uma coisa é boa, no meio disto tudo. Chegou, finalmente, a certidão de óbito do D.Sebastião.
sexta-feira, setembro 23, 2011
Dito em melodia
Um dos meus grandes amigos "postou" isto numa conhecida rede social.
Não conhecia.
Diz aquilo que tantas vezes escrevi. Canta aquilo que tantas vezes pensei.
Nunca mais foi a mesma coisa.
Ainda que subsistam os laços. Ainda que valham todos a minha vida.
Nunca mais foi a mesma coisa.
Ainda hoje não se superou essa inevitabilidade.
Porque é terrível.
Please, don't let the curtain fall.
segunda-feira, setembro 12, 2011
sexta-feira, setembro 09, 2011
segunda-feira, setembro 05, 2011
sexta-feira, agosto 12, 2011
sexta-feira, julho 22, 2011
segunda-feira, junho 06, 2011
quarta-feira, junho 01, 2011
Tenho um preconceito contra patrões. Por princípio, reconheço-lhes valor pela criação, mas presumo sempre que são más pessoas.
Deve ser por viver no Seixal.
O problema, hoje, acentua-se. No meu imaginário, que era ínfimo, mas agora é só pequeno, os patrões estavam associados à Direita exploradora, com todos os malefícios inerentes.
Neste dia 1 de Junho de 2011, quero proceder, formalmente, ao aumento do preconceito. Porque pior que um patrão assumidamente de Direita e explorador, só um bandalho que se diz de Esquerda e comunista que acumula com as funções de empregador. Neste dia, um patrão, para além de um ser Destro-exploratório, será um potencial comuna colectivista-em-e-para-si-mesmo. (para não dizer pior), sendo que uma realidade exclui a outra, sob pena de estarmos a falar no demónio himself.
Deve ser por viver no Seixal.
O problema, hoje, acentua-se. No meu imaginário, que era ínfimo, mas agora é só pequeno, os patrões estavam associados à Direita exploradora, com todos os malefícios inerentes.
Neste dia 1 de Junho de 2011, quero proceder, formalmente, ao aumento do preconceito. Porque pior que um patrão assumidamente de Direita e explorador, só um bandalho que se diz de Esquerda e comunista que acumula com as funções de empregador. Neste dia, um patrão, para além de um ser Destro-exploratório, será um potencial comuna colectivista-em-e-para-si-mesmo. (para não dizer pior), sendo que uma realidade exclui a outra, sob pena de estarmos a falar no demónio himself.
sexta-feira, maio 27, 2011
(Post do cano de esgoto)
Sim.
Pela minha parte, mui honestamiente, odeio sempre tê-la.
E mais: digo-o.
Por várias vezes, tive-a. Porém, nunca confrontei ninguém e lho disse expressamente.
Esta é a primeira lição de mandarim. Para a próxima, vamos aprender a pedir crepes.
Pela minha parte, mui honestamiente, odeio sempre tê-la.
E mais: digo-o.
Por várias vezes, tive-a. Porém, nunca confrontei ninguém e lho disse expressamente.
Esta é a primeira lição de mandarim. Para a próxima, vamos aprender a pedir crepes.
segunda-feira, maio 09, 2011
FB T
Eu: Eu devo ter lido meio dúzia de linhas do Kant. O que disse é inteiramente pessoal. Eu não gostava de ser ajudado para depois me lançarem isso à cara. Como também nunca ajudaria para depois me valer disso. Acho mesquinho e redutor. Neste caso, muito especial, não nos cabe a nós, na posição de potenciais ajudados, estarmos com tretas. Cabe-nos dialogar, mostrar que pagamos, demonstrar por A + B que chegamos ao destino. Importa a elevação muito mais do que a altura
Zé das Couves: Li acima que o Eu se gaba de ter lido Kant 1/2 duzia de vezes. "Eu devo ter lido meio dúzia de linhas do Kant". Segundo as minhas fontes, Kant só entendeiu o que escreveu depois de ler a tradução em Inglês.
Qual foi a versão que leste .... ó Eu?
Zé das Couves: Acho que o Manel Alberto leu mais linhas e mais vezes.
Tenho muitos defeitos.
Muitos.
Mais do que consigo enumerar.
Mas não me gabo. Pura e simplesmente, não me gabo. Porque não tenho razões. Porque, tão cedo, não as irei ter.
O que faz este cavalheiro pensar que eu me gabo? Acaso isso emana do que escrevi?
Verdade seja dita, adoro que me lancem à cara aquilo que sou e fiz. É certinho que não volto a repetir a merda.
Outra coisa, que me deixa positivamente fornecido, é imputarem-me coisas que não disse e dizer que sou aquilo que nunca fui.
Moral disto tudo: é segunda, isto já não estava grande coisa e agora tenho instintos homicidas
Zé das Couves: Li acima que o Eu se gaba de ter lido Kant 1/2 duzia de vezes. "Eu devo ter lido meio dúzia de linhas do Kant". Segundo as minhas fontes, Kant só entendeiu o que escreveu depois de ler a tradução em Inglês.
Qual foi a versão que leste .... ó Eu?
Zé das Couves: Acho que o Manel Alberto leu mais linhas e mais vezes.
Tenho muitos defeitos.
Muitos.
Mais do que consigo enumerar.
Mas não me gabo. Pura e simplesmente, não me gabo. Porque não tenho razões. Porque, tão cedo, não as irei ter.
O que faz este cavalheiro pensar que eu me gabo? Acaso isso emana do que escrevi?
Verdade seja dita, adoro que me lancem à cara aquilo que sou e fiz. É certinho que não volto a repetir a merda.
Outra coisa, que me deixa positivamente fornecido, é imputarem-me coisas que não disse e dizer que sou aquilo que nunca fui.
Moral disto tudo: é segunda, isto já não estava grande coisa e agora tenho instintos homicidas
sexta-feira, maio 06, 2011
Histórias da certeza ou como se chega a 4
Era dia 31.
A gadelha estava enorme. Felizmente o peso era outro. Adiante.
Procurava um barbeiro que mo pudesse desbastar para que ficasse com um ar capaz. Pelo menos, de forma a que me assemelhasse aquilo a que se chama "raça humana".
Enquanto procurava, aproveitei para ir comprar uma camisola de gola alta, just in case.
Tinha programa marcado.
Chegou a noite. Tinham-me avisado. "Leva o carro". Levava coisa nenhuma, que queria ir calminho da silva, beber uns copos e voltar sem ter o problema policial numa vinda destas.
Fui de comboio. Gadelhudo, com um gel que só me fez ficar pior, mal vestido.
Era esperado. Desço a estação do Areeiro e lá está. Aquela visão de vestido escuro, a fazer lembrar lã.
Pedi-lhe para dar uma "voltinha". Abracei-a, beijei-a. Partimos.
Começou uma noite memorável.
O plano era jantar, calma e tranquilamente. Depois, na mesma passada, seguir para o Pavilhão Multiusos onde os Gato Fedorento ficariam com o encargo de me fazer passar de ano sem estudar. O final de noite/princípio de dia seria com uns belos copos.
Planos. Ui, ca bons.
Estava tudo fechado. Os restaurantes que habitualmente abrem uma convidativa esplanada, naquela espécie de avenida ao pé do Mar da Palha, apenas se ocupavam a montar barracas onde serviriam cerveja all night long. Do outro lado do lugar, já se limpavam copos: "Esta noite, só por marcação".
"Espera, há o Vasco da Gama". Fechava, fechou.
Mas e agora? Para sempre ficarão na minha memórias os seres que se dignaram a proporcionar-me um jantar naquela noite. Joshua's Shoarma.
Comemos mesmo ali, sentados praticamente no chão. "Não tens frio?"
O Gato Fedorento foi logo a seguir.
Acabou.
Perto da uma da manhã, quando saímos, o PdN estava ocupado por todo o tipo de gente. Quando se dá uma ocupação destas, predomina aquilo a que na gíria se chama gandim. Nada a dizer.
"Para onde ir?" Estava tudo cheio. Cheio.
Conseguimos enganar um porteiro (não, tu conseguiste, não, ela conseguiu) e lá ficámos com abrigo até volta das 3...mas o metro só abria às 6h.
Durante 3 horas, mais que perfeita, mais que única, descobertas as pernas, aguentou a noite gélida, comigo, sem nunca me dar menos que um sorriso. Aguentou a dizer que estava a ser perfeito. Quando só queria era atirar-me de uma ponte ao saber que não podia dar mais aquela que amava do que uma noite fria e um cabelo "ninho-de-ratos", nunca me deixou mal.
Até hoje é assim.
Até sempre será.
(Bem sei. Lamechas, expõe-me, diz demais. Na verdade, sofro de um mal. Se há pessoas que dizem o que pensam, eu escrevo. Pelo menos, tenho uma vantagem: posso apagar)
A gadelha estava enorme. Felizmente o peso era outro. Adiante.
Procurava um barbeiro que mo pudesse desbastar para que ficasse com um ar capaz. Pelo menos, de forma a que me assemelhasse aquilo a que se chama "raça humana".
Enquanto procurava, aproveitei para ir comprar uma camisola de gola alta, just in case.
Tinha programa marcado.
Chegou a noite. Tinham-me avisado. "Leva o carro". Levava coisa nenhuma, que queria ir calminho da silva, beber uns copos e voltar sem ter o problema policial numa vinda destas.
Fui de comboio. Gadelhudo, com um gel que só me fez ficar pior, mal vestido.
Era esperado. Desço a estação do Areeiro e lá está. Aquela visão de vestido escuro, a fazer lembrar lã.
Pedi-lhe para dar uma "voltinha". Abracei-a, beijei-a. Partimos.
Começou uma noite memorável.
O plano era jantar, calma e tranquilamente. Depois, na mesma passada, seguir para o Pavilhão Multiusos onde os Gato Fedorento ficariam com o encargo de me fazer passar de ano sem estudar. O final de noite/princípio de dia seria com uns belos copos.
Planos. Ui, ca bons.
Estava tudo fechado. Os restaurantes que habitualmente abrem uma convidativa esplanada, naquela espécie de avenida ao pé do Mar da Palha, apenas se ocupavam a montar barracas onde serviriam cerveja all night long. Do outro lado do lugar, já se limpavam copos: "Esta noite, só por marcação".
"Espera, há o Vasco da Gama". Fechava, fechou.
Mas e agora? Para sempre ficarão na minha memórias os seres que se dignaram a proporcionar-me um jantar naquela noite. Joshua's Shoarma.
Comemos mesmo ali, sentados praticamente no chão. "Não tens frio?"
O Gato Fedorento foi logo a seguir.
Acabou.
Perto da uma da manhã, quando saímos, o PdN estava ocupado por todo o tipo de gente. Quando se dá uma ocupação destas, predomina aquilo a que na gíria se chama gandim. Nada a dizer.
"Para onde ir?" Estava tudo cheio. Cheio.
Conseguimos enganar um porteiro (não, tu conseguiste, não, ela conseguiu) e lá ficámos com abrigo até volta das 3...mas o metro só abria às 6h.
Durante 3 horas, mais que perfeita, mais que única, descobertas as pernas, aguentou a noite gélida, comigo, sem nunca me dar menos que um sorriso. Aguentou a dizer que estava a ser perfeito. Quando só queria era atirar-me de uma ponte ao saber que não podia dar mais aquela que amava do que uma noite fria e um cabelo "ninho-de-ratos", nunca me deixou mal.
Até hoje é assim.
Até sempre será.
(Bem sei. Lamechas, expõe-me, diz demais. Na verdade, sofro de um mal. Se há pessoas que dizem o que pensam, eu escrevo. Pelo menos, tenho uma vantagem: posso apagar)
quarta-feira, maio 04, 2011
Pacta sunt servanda ou como há contratos e Contratos
26 anos.
Não há contrato nenhum que possa durar tanto.
Talvez um contrato de trabalho, vá.
Se fosse jurista, começaria por dizer que o Casamento não é contrato nenhum. Era o que faltava!
Mas não sou.
O casamento é um contrato. O mais livre de todos. O mais importante das posturas jurídicas. Marca uma vida. Altera o património. Protege pessoas.
Hoje celebra-se (pelo menos) um aniversário de casamento. É sobre ele que me vou debruçar.
Sem querer ser "Padreca", o casamento como o conhecemos hoje deve-se sobretudo à Igreja. Não que algum dia pretenda celebrar casamento católico, mas facto é que há uma ideia solidificada daquilo que é um casamento. As pessoas sabem que, ao casar, devem respeitar o companheiro e com ele partilham uma vida, com tudo o que isso acarreta. Isso veio com a história e com a dignidade que foi sendo cultivada ao longo dos tempos.
Mas onde quero chegar é ao seguinte. Só há uma coisa que torna este contrato especial e diferente de todos os outros: o amor. (Já sei leitor. Pieguice, lamechique e paneleirice)
Salvo raros casos, casa-se quem ama. Decide assinar o papel quem ama aquele com quem se casa. Decide avançar com esse grande espectro.
Ao contrário de uma compra, de uma prestação de serviços ou de um leasing, casou-se quem caminhou no bairro do amor.
Uolo ou como o que ontem era depressivo hoje liberta
No final da primeira década do novo milénio, chorava naquelas mesas que estavam lá fora.
Chorava porque ele não a queria. Porque já a tinha tido. Agora não queria mais.
Medo, incerteza, imaturidade. Certo é que ela não encarou aquilo bem. Foi depressivo.
Caminhava pelo bairro, já alegre, gritava pelo nome dele. Dizia que o queria.
Colocava músicas destas nos locais próprios. Dizia que o queria.
Mais tarde teve-o. Partiu dele a vontade. Decidiu aproximar-se dela e reatar o que antes houvera existido. Ela continuava a querer. Agora tinha-o.
Até que a década virou.
O problema surgiu quando em vez de o querer só a ele quis mais.
Mais.
Quando quis mais, não havia lugar para aquele que quis antes.
É o problema da vontade.
Depois de ser "a tal", hoje prefere que perguntem "qual?".
(Lembrei-me disto há pouco quando ouvia a música supra colocada)
quinta-feira, abril 21, 2011
Posts Excelentes, bons, satisfatórios, maus, muito maus e este
Pior do que acordar e perceber que andamos a trabalhar para o boneco é, adormecer a saber que perdemos.
Perdi.
Perdi quando resolvi ser simpático e perdi quando não disse "não", como devia.
Agora é aguentar o embate, seguir em frente porque, seguramente, há de haver mais disto.
terça-feira, abril 12, 2011
Avulsos
Todos os meus amigos me merecem respeito.
Mas há um que saliento, hoje.
Para ele, a melhor defesa é o ataque. Antes que alguém o magoe, já ele se vingou, fumou o cigarro e ainda está a mudar de vida, sempre para melhor.
Para ele, tudo é relativo e poucas são as coisas sacrossantas. Mas as que são, são.
O Nunca esconde o que foi, o que é, nem faz questão de enganar sobre o que será.
Um dia disse-me que me invejava.
Quem o inveja sou eu.
Mas há um que saliento, hoje.
Para ele, a melhor defesa é o ataque. Antes que alguém o magoe, já ele se vingou, fumou o cigarro e ainda está a mudar de vida, sempre para melhor.
Para ele, tudo é relativo e poucas são as coisas sacrossantas. Mas as que são, são.
O Nunca esconde o que foi, o que é, nem faz questão de enganar sobre o que será.
Um dia disse-me que me invejava.
Quem o inveja sou eu.
sexta-feira, abril 08, 2011
Dúvidas e uma certeza que roça o absoluto
Até onde se vai privatizar a educação e a saúde?
Quanto:
Aos transportes, o privado tomará conta.
À Justiça, a "fórmula de sucesso" dos Agentes de Execução deverá mimetizada noutras áreas.
À cultura...bem...vale a pena falar?
Já a Administração Interna (Polícia) e Defesa serão, como sempre, essencialmente sustentadas pelo contribuinte. (Sem que com isto critique a opção)
Nem me vou pronunciar sobre as agriculturas, ambientes e afins, que isso será tudo transformado em secretarias de estado na pasta da Economia, querendo com isto dizer que não se vai fazer nada.
O que vai acontecer à Saúde e Escola Pública, básica como superior?
Quanto à certeza, odeio o Período.
Quanto:
Aos transportes, o privado tomará conta.
À Justiça, a "fórmula de sucesso" dos Agentes de Execução deverá mimetizada noutras áreas.
À cultura...bem...vale a pena falar?
Já a Administração Interna (Polícia) e Defesa serão, como sempre, essencialmente sustentadas pelo contribuinte. (Sem que com isto critique a opção)
Nem me vou pronunciar sobre as agriculturas, ambientes e afins, que isso será tudo transformado em secretarias de estado na pasta da Economia, querendo com isto dizer que não se vai fazer nada.
O que vai acontecer à Saúde e Escola Pública, básica como superior?
Quanto à certeza, odeio o Período.
quinta-feira, abril 07, 2011
Ainda na mesma linha de raciocínio
Feitas as contas, seriamos 8. 10, mas só em dias 31 de Fevereiro.
Depois, passamos a 6.
Depois, a 4.
4.
Bastou acabar o calvário pedagógico para se iniciar um de outro tipo.
Cada vez mais tenho de me lembrar que, no que aos sentimentos diz respeito, a qualidade terá mesmo de prevalecer.
Depois, passamos a 6.
Depois, a 4.
4.
Bastou acabar o calvário pedagógico para se iniciar um de outro tipo.
Cada vez mais tenho de me lembrar que, no que aos sentimentos diz respeito, a qualidade terá mesmo de prevalecer.
Algo fora do pedido de ajuda externa
Resolveu-se, a certa altura, criar uma obrigatoriedade. Não forçada, antes voluntária. Still, uma obrigatoriedade.
Isto é preocupante e acho que só entendi isso agora.
Quando essa necessidade é criada, algo está mal.
A fuga à naturalidade é errada.
Em última análise, somos todos fases nas vidas uns dos outros. Era o pior que nos podia acontecer.
(Espero que o FEEF/FMI também seja uma fase da nossa. Que seja mais rápido que uma violação e não deixe as mesma marcas.)
Isto é preocupante e acho que só entendi isso agora.
Quando essa necessidade é criada, algo está mal.
A fuga à naturalidade é errada.
Em última análise, somos todos fases nas vidas uns dos outros. Era o pior que nos podia acontecer.
(Espero que o FEEF/FMI também seja uma fase da nossa. Que seja mais rápido que uma violação e não deixe as mesma marcas.)
quarta-feira, abril 06, 2011
quinta-feira, março 24, 2011
Momento Carlos Castro
Rejubila-se com a queda deste governo.
Ui, o socialismo e o estado social, que coisa feia, que coisa maldita.
Na maior parte das vezes, são pessoas que estudaram na escola pública. Desde a primária, até ao Secundário.
Dizem-me, agora, que essas pessoas também têm uma licenciatura...tirada onde?
São pessoas que tiveram acidentes e não foram, seguramente, para a clínica CUF serem tratadas.
São pessoas que beneficiam de isenções e benefícios fiscais.
Incrivelmente, não pagam, sequer, o real custo dos transportes que utilizam.
Nada. Zero.
Soube-lhes bem. Mas este governo era uma merda. Mas que vem a ser isto? Eu a trabalhar um dia inteiro e aqueles cabrões ainda me fazem pagar impostos? Esse velhaco do Sócrates...
Agora aprendam a viver.
Seguramente, com o que aprenderam na faculdade, hão de ter meios para pagar uma educação que os pais nunca poderiam dar...hão de poder pagar cuidados de saúde. Melhor, hão de suportar a nova lei das rendas.
A todos,
Viva o PSD, viva Portugal
Ui, o socialismo e o estado social, que coisa feia, que coisa maldita.
Na maior parte das vezes, são pessoas que estudaram na escola pública. Desde a primária, até ao Secundário.
Dizem-me, agora, que essas pessoas também têm uma licenciatura...tirada onde?
São pessoas que tiveram acidentes e não foram, seguramente, para a clínica CUF serem tratadas.
São pessoas que beneficiam de isenções e benefícios fiscais.
Incrivelmente, não pagam, sequer, o real custo dos transportes que utilizam.
Nada. Zero.
Soube-lhes bem. Mas este governo era uma merda. Mas que vem a ser isto? Eu a trabalhar um dia inteiro e aqueles cabrões ainda me fazem pagar impostos? Esse velhaco do Sócrates...
Agora aprendam a viver.
Seguramente, com o que aprenderam na faculdade, hão de ter meios para pagar uma educação que os pais nunca poderiam dar...hão de poder pagar cuidados de saúde. Melhor, hão de suportar a nova lei das rendas.
A todos,
Viva o PSD, viva Portugal
quarta-feira, março 23, 2011
Contributos para o aumento da demografia*
Frases Nicola
"Hoje devia ser o dia"
Devia ser o dia em que rompia com tudo. Com tudo. Tudo é tudo. Não é uma grande parte. É tudo.
Hoje devia ser o dia.
Devia ser o dia em que mandava as pessoas certas para os sítios errados e isso faria de mim o mais feliz dos mamíferos.
Hoje devia ser o dia em que mostrava que apesar de ser um gordo com doenças de pele a roçar o burro mereço respeito. De todos. Todos são todos. Não é muita gente. De todos.
Hoje devia ser o dia.
Devia ser o dia em que rejubilava por eleições, acto favorito em democracia. Suma demonstração da vontade popular.
Hoje devia ser o dia.
Devia ser o dia em que voltava a mim, depois de uma vida perdida.
Mas hoje não é o dia.
Devia ser o dia em que rompia com tudo. Com tudo. Tudo é tudo. Não é uma grande parte. É tudo.
Hoje devia ser o dia.
Devia ser o dia em que mandava as pessoas certas para os sítios errados e isso faria de mim o mais feliz dos mamíferos.
Hoje devia ser o dia em que mostrava que apesar de ser um gordo com doenças de pele a roçar o burro mereço respeito. De todos. Todos são todos. Não é muita gente. De todos.
Hoje devia ser o dia.
Devia ser o dia em que rejubilava por eleições, acto favorito em democracia. Suma demonstração da vontade popular.
Hoje devia ser o dia.
Devia ser o dia em que voltava a mim, depois de uma vida perdida.
Mas hoje não é o dia.
segunda-feira, março 21, 2011
Vida Humana
Nunca fui apologista daquelas teses que dizem que toda a vida humana é igual e que uma não vale mais que outra, nem que o sacrifício de uma vida humana não pode servir para salvar todas.
Isto é pacífico.
Mas ter de aceitar isto traz óbvios problemas e questões complexas, como sejam os critérios para aferir pela superioridade de uma face à outra e a sempre subjectividade desses critérios.
Pode ser verdadeiramente penoso pensar e elaborar critérios e pensar no que seria disto tudo se os aplicássemos a nós.
É que há dias em que a vida humana não vale mesmo nada.
Critério 1: Falta. Vale mais a vida humana que mais falta fizer, isto é, quantas mais pessoas sentirem a tua falta, maior o valor.
Critério 2: Influência. Vale mais a vida humana que mais positivamente influência a vida de terceiros, isto é, quantas mais pessoas forem por ti tocadas e a sua vida melhorada for, maior o valor.
Critério 3: Capacidades. Vale mais a vida humana daquele que for mais capaz, isto, quanto melhores as notas, percurso académico, desempenho desportivo e/ou produção artística, maior o valor.
Chego a estes e já estou deprimido.
Isto é pacífico.
Mas ter de aceitar isto traz óbvios problemas e questões complexas, como sejam os critérios para aferir pela superioridade de uma face à outra e a sempre subjectividade desses critérios.
Pode ser verdadeiramente penoso pensar e elaborar critérios e pensar no que seria disto tudo se os aplicássemos a nós.
É que há dias em que a vida humana não vale mesmo nada.
Critério 1: Falta. Vale mais a vida humana que mais falta fizer, isto é, quantas mais pessoas sentirem a tua falta, maior o valor.
Critério 2: Influência. Vale mais a vida humana que mais positivamente influência a vida de terceiros, isto é, quantas mais pessoas forem por ti tocadas e a sua vida melhorada for, maior o valor.
Critério 3: Capacidades. Vale mais a vida humana daquele que for mais capaz, isto, quanto melhores as notas, percurso académico, desempenho desportivo e/ou produção artística, maior o valor.
Chego a estes e já estou deprimido.
sexta-feira, março 18, 2011
Politicamente Correcto
Há quem o odeie.
Percebo, desde há 5 minutos, porquê.
Não ser politicamente correcto é uma desculpa. Para se dizer o que se quer. Sobretudo, uma desculpa para afirmarmos uma qualquer barbaridade que vá ferir alguma susceptibilidade. Que vai magoar alguém. Que vai demonstrar uma faceta mui merdosa da pessoa.
"Odeio pretos" (não odeio nada, é só um exemplo). Não estou a ser racista, simplesmente não estou a ser politicamente correcto porque, lá no fundo, ninguém gosta deles"
Estou com esta conversa porquê?
Porque, não levando o texto para lá do básico, apetece-me dizer aquilo que não sou, mas sinto.
Apetece-me ser provinciano, bimbo, arrogante e tudo o mais que "prestigie" um ser humano integrado em sociedade.
Mas não digo.
Pronto.
Percebo, desde há 5 minutos, porquê.
Não ser politicamente correcto é uma desculpa. Para se dizer o que se quer. Sobretudo, uma desculpa para afirmarmos uma qualquer barbaridade que vá ferir alguma susceptibilidade. Que vai magoar alguém. Que vai demonstrar uma faceta mui merdosa da pessoa.
"Odeio pretos" (não odeio nada, é só um exemplo). Não estou a ser racista, simplesmente não estou a ser politicamente correcto porque, lá no fundo, ninguém gosta deles"
Estou com esta conversa porquê?
Porque, não levando o texto para lá do básico, apetece-me dizer aquilo que não sou, mas sinto.
Apetece-me ser provinciano, bimbo, arrogante e tudo o mais que "prestigie" um ser humano integrado em sociedade.
Mas não digo.
Pronto.
segunda-feira, março 14, 2011
O dia em gráfico
Ciclo
Esta sensação chega ciclicamente. Deve ter relação com o dia da semana.
Está qualquer coisa a perder-se. Como uma sangria que não se estanca.
Está a fugir com cada palavra fora do sítio. Está a pirar-se em cada intervalo de tempo. Daqui a meses, estou crente que não restará pedra sobre pedra.
Estou crente porque já não existem as condições do passado.
O meu grande problema é que não soube fazer essa transição.
Está qualquer coisa a perder-se. Como uma sangria que não se estanca.
Está a fugir com cada palavra fora do sítio. Está a pirar-se em cada intervalo de tempo. Daqui a meses, estou crente que não restará pedra sobre pedra.
Estou crente porque já não existem as condições do passado.
O meu grande problema é que não soube fazer essa transição.
sexta-feira, fevereiro 18, 2011
Hoje estou numa de Beatles
O que é que isto quer dizer?
Nada.
Só que estava a precisar de ouvir boa música.
Nada.
Só que estava a precisar de ouvir boa música.
terça-feira, fevereiro 15, 2011
Da passagem de ano, já neste milénio, ela levantou-se, como quem se levanta para arrumar a mesa depois de uma refeição.
Deixou o telemóvel para trás, ao pé do seu prato.
Fui ajudar. Comecei, precisamente, pelo prato dela.
Tinham-lhe enviado uma mensagem. Alguém com quem eu tinha sonhado.
Ela leu. Não mudou a expressão da cara.
Deixou o telemóvel para trás, ao pé do seu prato.
Fui ajudar. Comecei, precisamente, pelo prato dela.
Tinham-lhe enviado uma mensagem. Alguém com quem eu tinha sonhado.
Ela leu. Não mudou a expressão da cara.
Há uns anos. Pelo menos 3.
Estava no Continente do Rio Sul. Tinha ido com a minha irmã e pais comprar sabe-se lá o quê.
Perguntei-lhe, à dita cuja R., quando é que lhe devia dizer aquilo.
Respondeu-me. Disse para ter calma. Era o mais importante. Coisas daquelas não se podem dizer do pé para a mão.
Sempre sábia.
Estava no Continente do Rio Sul. Tinha ido com a minha irmã e pais comprar sabe-se lá o quê.
Perguntei-lhe, à dita cuja R., quando é que lhe devia dizer aquilo.
Respondeu-me. Disse para ter calma. Era o mais importante. Coisas daquelas não se podem dizer do pé para a mão.
Sempre sábia.
sexta-feira, fevereiro 11, 2011
Para mim
As mulheres não são todas iguais.
Na verdade, ninguém é igual a ninguém. Nem um género igual a outro género.
Porque se fosse, acabava de vez a monogamia.
Tanto podia (e, sabe deus, queria) dizer.
Mas não digo.
Na verdade, ninguém é igual a ninguém. Nem um género igual a outro género.
Porque se fosse, acabava de vez a monogamia.
Tanto podia (e, sabe deus, queria) dizer.
Mas não digo.
quarta-feira, fevereiro 09, 2011
Da lógica
Porque é normal, num certo dia, pedir a um que se troque pelo outro.
Simples.
Vou passar a fazer o mesmo.
Simples.
Vou passar a fazer o mesmo.
quarta-feira, fevereiro 02, 2011
terça-feira, fevereiro 01, 2011
quarta-feira, janeiro 19, 2011
Paradoxos
O problema da confiança (no fundo, de toda a amizade) é este: a facilidade com que nos tornamos alvos.
Porque somos próximos, podemos ouvir o que não queremos, saber o que não perguntámos e, ainda, sermos presenteados com injustiças.
Nunca sucede o mesmo com um estranho. Conta o meu pai, em jeito de brincadeira, que determinado taberneiro da terra dele era incrível na seguinte situação: um copo partia-se, isto no calor do vinho. Se fosse um conterrâneo, o discurso seria (pardon my french): "Seu cabrão! Ando eu a comprar copos para os partires?". Já se fosse um cliente ocasional: "Deixe lá amigo, essas coisas acontecem"
Porque nada pode vir na sua forma mais perfeita, confiança e amizade terão sempre este encargo. Os amigos e confidentes com quem partilharmos uma opinião, quando dela não gostem, hão de ver em nós o maldito fiador que renunciou ao benefício da excussão prévia: respondemos pela merda toda que há no mundo como se fossemos os culpados.
Porque somos próximos, podemos ouvir o que não queremos, saber o que não perguntámos e, ainda, sermos presenteados com injustiças.
Nunca sucede o mesmo com um estranho. Conta o meu pai, em jeito de brincadeira, que determinado taberneiro da terra dele era incrível na seguinte situação: um copo partia-se, isto no calor do vinho. Se fosse um conterrâneo, o discurso seria (pardon my french): "Seu cabrão! Ando eu a comprar copos para os partires?". Já se fosse um cliente ocasional: "Deixe lá amigo, essas coisas acontecem"
Porque nada pode vir na sua forma mais perfeita, confiança e amizade terão sempre este encargo. Os amigos e confidentes com quem partilharmos uma opinião, quando dela não gostem, hão de ver em nós o maldito fiador que renunciou ao benefício da excussão prévia: respondemos pela merda toda que há no mundo como se fossemos os culpados.
terça-feira, janeiro 04, 2011
25
Não, desta vez a contagem vem a ser outra.
Levantei-me.
Ao contrário dos outros dias em que se trata do mesmo tema, hoje senti-os.
Senti-os muito bem.
Em cada perna, nas costas, na cabeça. Levantei-me mais antigo.
Não vale a pena pôr-me aqui a chorar. Espero viver uma vida longa, sobretudo, que ate agora não tenha atingido somente um terço da minha existência.
Mas hoje senti-os.
Foi, em tudo, diferente.
Já não me levantei para ir à escola.
Também não tive uma hora de almoço passada numa qualquer cantina.
Durante cerca de uma hora e meia, a verdade é que, enquanto me deleitava com o sabor do camarão e da lagosta, via, naquela mesa, grande parte dos meus amigos. Não estavam lá todos. Outros há que passaram o ano comigo. Também existem aqueles que estiveram em serviço familiar. Naquelas três pessoas estão três fundações do meu carácter. Três influências. Até mesmo três preocupações.
Caramba, sempre o três.
Hoje, que não ganho o mesmo que o Ronaldo, não tenho a sapiência do Sobrinho Simões nem o talento de um Nuno Lopes, senti-me um Português feliz.
Pode parecer que não (alias, quem me vir nega logo), mas hoje, graças às almas que me acompanham, que se lembraram e que comigo hão de estar, posso dizer que já estive pior.
Ainda sou um gajo novo.
(Eis o texto mais batido de sempre)
Levantei-me.
Ao contrário dos outros dias em que se trata do mesmo tema, hoje senti-os.
Senti-os muito bem.
Em cada perna, nas costas, na cabeça. Levantei-me mais antigo.
Não vale a pena pôr-me aqui a chorar. Espero viver uma vida longa, sobretudo, que ate agora não tenha atingido somente um terço da minha existência.
Mas hoje senti-os.
Foi, em tudo, diferente.
Já não me levantei para ir à escola.
Também não tive uma hora de almoço passada numa qualquer cantina.
Durante cerca de uma hora e meia, a verdade é que, enquanto me deleitava com o sabor do camarão e da lagosta, via, naquela mesa, grande parte dos meus amigos. Não estavam lá todos. Outros há que passaram o ano comigo. Também existem aqueles que estiveram em serviço familiar. Naquelas três pessoas estão três fundações do meu carácter. Três influências. Até mesmo três preocupações.
Caramba, sempre o três.
Hoje, que não ganho o mesmo que o Ronaldo, não tenho a sapiência do Sobrinho Simões nem o talento de um Nuno Lopes, senti-me um Português feliz.
Pode parecer que não (alias, quem me vir nega logo), mas hoje, graças às almas que me acompanham, que se lembraram e que comigo hão de estar, posso dizer que já estive pior.
Ainda sou um gajo novo.
(Eis o texto mais batido de sempre)
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