segunda-feira, março 05, 2007

Incentivos

Disse-nos uma vez Xarepe Silveiro, numa sessão de esclarecimento sobre métodos de avaliação, exames e orais, que os economistas estudavam muito os incentivos.
A dada altura, sobretudo com o advento dos Globos de Ouro, a proliferação de prémios europeus de cinema, milhares de festivais, verdade é que os Óscares foram perdendo a influência que tiveram outrora. Até se trata de um dado estatístico: as audiências baixam, de ano para ano.
Em Portugal, em muitas coisas, funciona-se ao contrário. Aqui há dias, percebeu-se que a concorrência, neste rectângulo, tem regras diferentes: muitos agentes, tanto do lado da oferta com da procura, não chegam para baixar preços. Exemplo acabado: os advogados. Até se leva a mal que algum cobre menos de 100€ à hora.
Mas, retomando, o grande vencedor, não pelo número de estatuetas arrecadadas, mas pela qualidade apresentada, foi Martin Scorcese e o seu "Departed".
Coincidência, ou não, verdade é que o filme em questão, já saido de cartaz, há uns tempos atrás, voltou, qual norma repristinada!
Cá está um belo "case study" para os economistas. É que para além do notável regresso, posso afirmar que as salas onde o filme está em exibição estão bem recheadinhas. Exemplificando, tive a oportunidade de assistir a uma pérola chamada "Letters form Iwo Jima" e a um thriller de alta qualidade chamado "Departed" sendo que este último, mais antigo, regressado, conseguiu ter mais público, na plateia, arriscava mesmo a dizer o dobro, isto claro, comparando o dia em que vi um e outro.
Aparentemente, os Óscares, por cá, ainda incentivam as massas. Até eu, "anti-Di Caprios e Matt Damons", tenho que dar a mão à dita cuja e reconhecer uma bela película. O "amarelo" deu chance de o ver em grande ecrã.