Suspeitei o ano passado.
Descobri hoje: tenho uma relação com uma instituição de ensino superior pública.
Vou defini-la.
Eu dou tudo, ela não dá nada. Se der, estranho e penso: se o pobre é muito, a esmola desconfia (assim mesmo, não estou senil, para já)
Não há componente física: tudo é um tântra mental, uma tortura, sem Shakira e Sanz.
Como eu, milhares lá andam: uma promiscuidade que não há memória.
Todos os dias lá volto, é como uma droga, à moda dos Nine Inch Nails: Perfect.
Saio dela sabendo que voltarei.
Intelectualmente, é perfeita. É dona de uma biblioteca, um corpo tão doce que chega a ser docente e de pautas, mais aprazíveis que as do Mozart.
Não a possuo, mas ela consome-me.
Não a tenho, mas de mim não se livra.
Não lhe ponho aliança.