É da praxe pensar.
Eu, entre tantas ideias e conceitos, costumo pensar no Fim de alguma etapa, como seja um percurso académico, a vida de alguém, que não a minha (já em jeito de balanço) ou um filme.
Tudo no limiar do muito básico.
Quanto à vida académica, há que referir o meu crescente medo em acabá-la, misturada com um sentimento "nunca mais me livro daquilo". Um binómio do irrelacionável consegue entrelaçar os sentimentos antagónicos: Se por um lado tenho a saída para a minha independência, e até aumento de liberdade, mais do que nunca me lembro das palavras de um sábio, de seu nome Duarte Nogueira, que, um dia disse: "mesmo estudando, estes vão ser os melhores anos da vossa vida". Estava a ter a cadeira de História do Direito, primeiro ano. Ao sair da lição, certo colega meu pergunta-me: "achas mesmo que vão ser os melhores anos?". A resposta foi um autêntico e sonoro NÃO.
Tudo até que, dia 25 de Maio, vejo pessoas a chorar, no bar velho da minha faculdade.
"Porquê?"
"Porque hoje foi o último dia de aulas deles".
Confesso que fui a pensar naquilo um caminho todo, de Lisboa até à margem sul. Ainda hoje não me esqueço da genuína tristeza vertida em lágrimas, numa moçoila loira, que ali perto de nós se sentava.
Terei tempo para lidar com este fim.
Há outros.
O que tenho pensado, num período mais recente, está articulado com possíveis consequências, um desejo de infinidade (ou seja, a antitese) e acasos sociais, capazes de fazerem perder tempo.
Soa muito a contrato-promessa com sinal. Tresanda a eficácia real. Pior que tudo: sujeitou-se a um condição, nem suspensiva, nem resolutiva, ambas.
Na verdade, nunca posso deixar de pensar como será se...
E faço-o tantas vezes...
Nisto, temos de partir da noção de terceiros. Não para efeitos de registo, para efeitos de eficácia.
Pedro Murias, lá para o seu blog, tem uma bela dissertação, como quase todas as da sua autoria, acerca do artigo 408º. Se A. vende uma mesa a B. e este diz que passa lá, daqui por 15 dias para a ir buscar, e, entretanto, não passa, e vende-se a mesa a C., pergunta-se, de quem é a mesa?
Eu sou C., no meio de todo este exercício, à espera de saber se fico com a peça de mobiliário.
Qual é o fim da querela?