quinta-feira, agosto 19, 2010

Indolência, indolência a caminho de visencia...

Títulos parvos à parte, há uma coisa que me fascina no PSD: o remate do discurso. É qualquer coisa como "Viva o PSD, viva Portugal".

"Normal", dirão uns. "Normalissimo", dirão outros. "Um big mac, menu verão com coca-cola", dirão, ainda outros. O que me faz confusão, não é o remate. É o tom, a oportunidade e a repetição da fórmula seja qual for o discurso. Se aquilo é dito no final de um texto cuja mensagem "escape", gera-se uma estranheza impar.

Testemos.

"O Homem teve a necessidade de encontrar energias alternativas a aquelas que são esgotáveis para suprimir as suas necessidades e eliminar os problemas ambientais. Das alternativas possíveis são a Energia Eólica, energia Solar, energia Geotérmica, energia das marés, energia Hidrológica e a energia da Biomassa.
As fontes de energia estão ligadas ao tipo de economia: quanto mais industrializada ela for, maior será o uso de energia"

Viva o PSD, viva Portugal.

ou ainda,

"A expressão “fontes de Direito” admite diversos entendimentos, ou conteúdos. Um substancial respeita à origem e à razão vinculativa das normas; outro formal, abrange os revestimentos pelos quais os preceitos jurídicos se revelam, são enunciados, se apresentam aos seus destinatários. É neste sentido formal que a expressão vai aqui ser empregada.
A Constituição material, abrange necessariamente, os mais diversos sectores. Assim, não será concebível que o direito á vida, o direito a constituir família, a não retroactividade da lei penal, o poder paternal, etc., não tenham relevância, e ao nível das formas fundamentais, impondo-se ao legislador ordinário, se a Constituição escrita, por demasiado sucinta, ou por qualquer outro motivo, não tiver enunciado tais princípios ou direitos. Não há dúvida que a difusão das “declarações de direitos” e das regras fundamentais do chamado “Estado de Direito” vieram reforçar a orientação neo-jusnaturalista e dar volume à ideia de uma Constituição material que se sobrepõe à Constituição formal. Esta sobreposição poderá mesmo suscitar o problema de uma admissível inconstitucionalidade formal, por inobservância de alguma ou mais regras da Constituição material."

Viva o PSD, viva Portugal.

Qual será, então, a conclusão a que quero chegar?
Simples.

Terminavam o discurso assim: "É memo assim". (Memo, não mesmo).

Dá para tudo.
Não soa a fascista.
Soa ligeiramente a bronco. Mas isso ninguém leva a mal.