Num sketch da Porta dos Fundos, o cenário é o Tribunal. O Advogado defende a sua constituinte alegando que só está acusada porque o mundo está cheio de invejosas. Às tantas, é citada uma vizinha, ao que se segue qualquer coisa como:
- Essa senhora tem falta de terapia.
- Terapia?
- Sim, terapia cheia de pratos para lavar.
Também eu tenho falta disso agora, pelo que escrevo.
Estava a atender um cliente no meu gabinete. Um cliente. No gabinete. Estávamos a falar de coisas jurídicas e da vida do desgraçado que está numa luta pela lavagem da honra quase perdida. Eis que sucede o impensável.
Um gordo. Um filho da puta de um gordo velho.
Sem avisar, entra no meu gabinete dirige-se ao meu cliente e pergunta-lhe se traz mais alguém. O cliente diz que não ao que o gordo, o filho da puta do gordo, responde: "Ah, é que deixou a porta aberta!", rematando com um olhar de censura e um encolher de ombros.
O filho da puta é advogado? Não. É jurista? Não. Tem alguma formação na área do secretariado? Não. Sabe alguma coisa da vida? Pelos vistos sabe tudo menos o essencial: se desse um tiro na cabeça fazia um favor à humanidade.