quinta-feira, fevereiro 28, 2013

I had the time of my life

É uma música pertencente à banda sonora do filme Dirty Dancing, com Patrick Swayze, entretanto falecido.

Isto a propósito do Silver Linings Playbook.

Modo geral, sou adepto de comédias. Um pouco menos de comédias românticas, como é o caso, mas adepto, ainda assim.

Como em tudo, tanto na vida, como nos filmes, há pequenos factos que distinguem, traçam o destino e formam personalidades e características. Aquela hora certa em que se estava no lugar certo. Aquela compra que valeu o triplo do preço. A pessoa que connosco se cruzou.

No cinema, é menos visível, mas está lá.

A derradeira prova, na minha modesta opinião, pois claro, de que o filme, no género, é superior aos pares reside, precisamente, na cena de dança, em que aquilo não corre conforme ensaio.

Pelo contrário, no Dirty Dancing, o cavalheiro Swayze levanta a parceira com uma limpeza exemplar.

Gostei de ambos os filmes, por razões absolutamente diferentes.

Mas o banal era acontecer tudo certinho, porque o "bem triunfa sempre".

Felizmente, aconteceu um precalço.

Porque só com eles (precalços, bem entendido) se pode dar valor ao finalmente.

segunda-feira, fevereiro 25, 2013

O Bode Respiratório

Parece-me que é uma expressão oriunda dos meios futebolísticos.

Adiante.

Como gosto de cinema, não me incomoda nada, pelo contrário, ver distinguido o cinema de qualidade. Vai daí, há as entregas de prémios.

Realizou-se, nesta madrugada, a entrega dos prémios da academia, os Oscares.

Ao contrário da população geral, até gostei do enquadramento.

Por outro lado, no que aos galardoados diz respeito, nem vou pôr em causa o mérito, que com certeza devem ter.

Irritou-me, bastante, a previsibilidade. Os comentadores da cerimónia, que estiveram bem, raramente falharam num nome, lançando, antes do anúncio oficial, quem era o favorito.

Meu dito, meu feito.

Irrita-me toda a tendência que não seja jurídica. Agrada-me o precedente, a consideração que se tem pela jurisprudência e pelos acordãos uniformizadores de jurisprudência.

No que toca a prémios, e especialmente quando é suposto haver surpresa, prefiro não saber.

Quanto a opiniões pessoais, não vi a Vida de Pi nem o Argo. Porém, tendo adorado o Django, preferia que o boneco fosse para o Tommy Lee Jones e que a Jennifer Lawrence esperasse um bocado mais pela vitória. Uns anos.

Mas, repito, não deixa de ser justo.

quinta-feira, fevereiro 21, 2013

O Hino



Dedicada aos sujeitos activos da subordinação jurídica.

(Juridiquês macarrónico).

terça-feira, fevereiro 19, 2013

Arrentela vs Brasil

Peguei no calhamaço das fotocópias, meti-o dentro da mala e lá fomos.

Isto foi antes de tudo.

4 horas e meia, quiçá 5 e cerca de 500 mil metros depois, lá chegámos ao destino. Aquela casa, aquele lar "lá para cima".

A proposta de estadia era mista. Gozar e estudar.

Como eu disse, foi antes de tudo.

Infelizmente, nunca tive qualquer problema em exercer o belo ócio. É uma questão central na minha vida. A modesta arte do vegetanço corre-me nas veias. Mas isto é feio de se escrever.

Exercido o ócio, nas suas mais diversas modalidades, cabia enquadrar aritméticamente o estudo.

Sentei-me na cozinha. Abri o calhamaço. Não estive sentado duas horas.

O céu, que se via, estava cinzento. Não chovia. Ouviam-se todos os barulhos. A lareira estava o mais parecido possível com um angelical inferno pessoal.

Fartei-me daquilo. O regime jurídico (termo que só vim a aprofundar mais tarde, a bem da sanidade académica) parecia-me acessível.

Dias depois, por escrito, era pedido que resolvesse uma miriade de questões relacionadas com uma promessa de arrendamento a um casal que, hellas, entretanto se havia divorciado.

A conclusão destas linhas, em forma de memória, é uma: o presente vale tanto como um saco de batatas. Menos, talvez.


Patrão Fora...



Benedicta influenza.

segunda-feira, fevereiro 18, 2013

Provincia

Hoje fui, pela primeira vez, em serviço, ao Campus de Justiça.

Hoje.

sexta-feira, fevereiro 15, 2013

Da anormalidade

Estava à conversa com o capataz da plantação onde exerço a minha profissão de colector de cana de açucar.

A conversa veio parar ao cinema.

Por alguma razão, e confesso toda a minha estupidez em ter, sequer, começado a trocar verbos com a autoridade, disse-lhe que já não tinha paciência para ir a determinado Centro Comercial ao cinema. Muitos putos, muita berraria, pouco civismo.

É então que o cavalheiro pergunta, profundamente indignado: "Epá, mas que filmes é que vais ver?"

E esperou que eu enumerasse.

Não sei porquê.

É que, com ele, nunca tinha acontecido.


quinta-feira, fevereiro 14, 2013

Dia dos Namorados

Há que ser sempre um bocado profano.

Acordei a pensar em "dicas" ou "frases de engate", algo diferente do piroto do trolha.

Só me lembrei de 3.

"O meu nome é Lindo, porque o Ar já tu mo tiraste".

"Usas cuecas TMN? É que tens um cú que é um mimo" (Muito velha, esta.)

"Caíste? Do céu até cá abaixo deve ser uma bruta queda..."

quarta-feira, fevereiro 13, 2013

Da tendência de suscitar

É da data. Cresce a tendência para suscitar. Desta feita, suscito a lamechice. Amanhã é dia dos namorados. Como todas as datas comerciais, gosto dela.

sexta-feira, fevereiro 08, 2013

A propósito de uma "pintura" do Bansky, ou da reconstrução do pensamento desprovido de contexto.

Acordar com a seguinte pergunta: Pode um sonho prescrever?

A prescrição é um termo técnico, jurídico.

Paz, quando a mesma se aplicou sobre um crime.

Sorte, quando se fala dela associada a uma dívida.

Os sonhos prescrevem.

Contratamos com a vida a sua concretização. Não depende dela a melhor execução, muito menos o cumprimento. Depende de cada um.

Nunca será a vida a reclamar judicialmente o cumprimento desse sonho.

Porém, será a primeira a invocar a prescrição, quando bater na consciência individual o falhanço e a ela formos pedir contas.

Para tudo há um tempo.

Até para realização de sonhos.

sexta-feira, fevereiro 01, 2013

O Grande Satã do Ocidente

Vistos dois filmes de Bigelow, no curto espaço de dois dias, deu para pensar.

Quem será o Luis de Stau Monteiro Iraquiano?

Isto é matemática

Chegado, ontem, a casa, liguei a televisão e estava no ar, na Sic Notícias, um programa chamado "Isto é matemática".

Trata-se de um programa com duração de cerca de 10 minutos, onde se abordam temas da matemática de forma interessante e quotidiana (sim, deve haver uma forma quotidiana de abordagem).

O tema de ontem era "probabilidades". Que melhor par para a dança que o sempre mítico euro-milhões? Pois bem, depois da apresentação crua das probabilidade de ganhar o prémio, vieram as comparações. Uma delas, para mim a melhor, é que, reunidas determinadas condições, não muitas, é mais fácil ser eleito presidente da república do que ganhar o jogo.

Isto explica muita coisa, principalmente a existência de um Cavaco.

Mas, como não podia deixar de ser, havia que extrapolar. Foi o que fiz.

Pensando no universo da probabilidades, chego à triste conclusão que elas são tudo o que nos separa da concretização dos nossos sonhos.

Pensemos naquela ida às Bahamas, com pesca submarina, bungalows com chão em vidro, com toda a fauna marinha colorida logo ali...

...ou na submissão da classe burguesa, personificada no chefe, pela via mais humilhante possível.

Nada disto vai acontecer.

E a razão é só uma: é pouco, pouquíssimo, ou nada provável.

Não é porque, em tese, não haja dinheiro para a viagem. Há. Mas isso implicaria deixar de comer durante 3 meses.

Nem é porque, em tese, não haja armas e gente e instrumentos capazes de submeter o referido chefe às privações que ele merecia. Sucede é que isso é crime. Pode ser feito, e até devia, mas, hellas, não pode ser.

As barreiras legais e económicas sufocam o desejo.  Por estarmos condicionados, não significa que não possamos fazer. Quer é dizer que não vamos fazer.

Tradução: Não é provável a plena felicidade.