Chegado, ontem, a casa, liguei a televisão e estava no ar, na Sic Notícias, um programa chamado "Isto é matemática".
Trata-se de um programa com duração de cerca de 10 minutos, onde se abordam temas da matemática de forma interessante e quotidiana (sim, deve haver uma forma quotidiana de abordagem).
O tema de ontem era "probabilidades". Que melhor par para a dança que o sempre mítico euro-milhões? Pois bem, depois da apresentação crua das probabilidade de ganhar o prémio, vieram as comparações. Uma delas, para mim a melhor, é que, reunidas determinadas condições, não muitas, é mais fácil ser eleito presidente da república do que ganhar o jogo.
Isto explica muita coisa, principalmente a existência de um Cavaco.
Mas, como não podia deixar de ser, havia que extrapolar. Foi o que fiz.
Pensando no universo da probabilidades, chego à triste conclusão que elas são tudo o que nos separa da concretização dos nossos sonhos.
Pensemos naquela ida às Bahamas, com pesca submarina, bungalows com chão em vidro, com toda a fauna marinha colorida logo ali...
...ou na submissão da classe burguesa, personificada no chefe, pela via mais humilhante possível.
Nada disto vai acontecer.
E a razão é só uma: é pouco, pouquíssimo, ou nada provável.
Não é porque, em tese, não haja dinheiro para a viagem. Há. Mas isso implicaria deixar de comer durante 3 meses.
Nem é porque, em tese, não haja armas e gente e instrumentos capazes de submeter o referido chefe às privações que ele merecia. Sucede é que isso é crime. Pode ser feito, e até devia, mas, hellas, não pode ser.
As barreiras legais e económicas sufocam o desejo. Por estarmos condicionados, não significa que não possamos fazer. Quer é dizer que não vamos fazer.
Tradução: Não é provável a plena felicidade.