Peguei no calhamaço das fotocópias, meti-o dentro da mala e lá fomos.
Isto foi antes de tudo.
4 horas e meia, quiçá 5 e cerca de 500 mil metros depois, lá chegámos ao destino. Aquela casa, aquele lar "lá para cima".
A proposta de estadia era mista. Gozar e estudar.
Como eu disse, foi antes de tudo.
Infelizmente, nunca tive qualquer problema em exercer o belo ócio. É uma questão central na minha vida. A modesta arte do vegetanço corre-me nas veias. Mas isto é feio de se escrever.
Exercido o ócio, nas suas mais diversas modalidades, cabia enquadrar aritméticamente o estudo.
Sentei-me na cozinha. Abri o calhamaço. Não estive sentado duas horas.
O céu, que se via, estava cinzento. Não chovia. Ouviam-se todos os barulhos. A lareira estava o mais parecido possível com um angelical inferno pessoal.
Fartei-me daquilo. O regime jurídico (termo que só vim a aprofundar mais tarde, a bem da sanidade académica) parecia-me acessível.
Dias depois, por escrito, era pedido que resolvesse uma miriade de questões relacionadas com uma promessa de arrendamento a um casal que, hellas, entretanto se havia divorciado.
A conclusão destas linhas, em forma de memória, é uma: o presente vale tanto como um saco de batatas. Menos, talvez.