terça-feira, fevereiro 19, 2013

Arrentela vs Brasil

Peguei no calhamaço das fotocópias, meti-o dentro da mala e lá fomos.

Isto foi antes de tudo.

4 horas e meia, quiçá 5 e cerca de 500 mil metros depois, lá chegámos ao destino. Aquela casa, aquele lar "lá para cima".

A proposta de estadia era mista. Gozar e estudar.

Como eu disse, foi antes de tudo.

Infelizmente, nunca tive qualquer problema em exercer o belo ócio. É uma questão central na minha vida. A modesta arte do vegetanço corre-me nas veias. Mas isto é feio de se escrever.

Exercido o ócio, nas suas mais diversas modalidades, cabia enquadrar aritméticamente o estudo.

Sentei-me na cozinha. Abri o calhamaço. Não estive sentado duas horas.

O céu, que se via, estava cinzento. Não chovia. Ouviam-se todos os barulhos. A lareira estava o mais parecido possível com um angelical inferno pessoal.

Fartei-me daquilo. O regime jurídico (termo que só vim a aprofundar mais tarde, a bem da sanidade académica) parecia-me acessível.

Dias depois, por escrito, era pedido que resolvesse uma miriade de questões relacionadas com uma promessa de arrendamento a um casal que, hellas, entretanto se havia divorciado.

A conclusão destas linhas, em forma de memória, é uma: o presente vale tanto como um saco de batatas. Menos, talvez.