quinta-feira, maio 07, 2020

Da liquidação audiovisual do grande confinamento

Como referido há uns posts abaixo, estou em casa desde dia 14 de Março, tendo saído, contas actualizadas, cerca de 10 vezes, para três efeitos: trabalho, despejo de resíduos e abastecimento.

Ao contrário do que foi por mim esperado, não tive muito com o que ocupar o tempo, uma vez que sou Pai de um Vasco bem activo e que pede atenção.

Não obstante, consegui (nestes quase dois meses) visualizar duas peças antigas que faltavam ao meu CV audiovisual.

A primeira é o filme Era uma vez na América. Será escusado tecer grandes comentários. Praticamente toda a gente já teve oportunidade de se "degladiar" com a obra maior de Sérgio Leone. É absolutamente excelente. Tem o que, até agora, não vi noutros filmes de idêntico cartel: as personagens têm, todas elas, péssimo carácter. Não há moral, hipótese de redenção, nada: ali, ninguém presta. E, nem sendo essa a sua mais apelativa caracteristica, mesmo assim, é soberbo.

A segunda é a série Twin Peaks. Consegui, finalmente, assistir à série original, de 1990. Estou, agora, a ver a temporada mais recente, a qual apresenta um registo de ritmo, música e até narrativo, algo diferente, mas igualmente ímpar.

Estou, ainda, na recta final de dois livros: The man in the high castle e Dr. Sono. Não é Eça, mas a qualidade está lá. Conto terminá-los esta semana.

O triste de ser culturalmente diminuído é este: o que se perde.