quinta-feira, janeiro 26, 2012
quarta-feira, janeiro 25, 2012
quarta-feira, janeiro 18, 2012
Tocou o telemóvel.
O Pingo Doce tinha comprado a Vodafone, a rede que utilizava para as telecomunicações móveis. Era o momento de cobrar a dívida, pelo que se impunha o primeiro telefonema de cortesia a avisar que era devedor e teria mesmo de pagar. Tudo era dito com a uma voz feminina delicodoce, como, aliás, se impunha.
Nada era devido. Era o que faltava. O que impunham as condições contratuais era, tão-somente, um pagamento mensal de "X". A partir daí, "liberar geral".
Toca a campainha.
Era um anão. Vestia uma camisa vermelha, que estava fora das calças, calças essas que eram de ganga. Ou bege. Os sapatos eram pretos, a atirar para o verniz. O traço distintivo, para além do tamanho, era o cabelo. Enorme, encaracolado, seboso. Não com caracóis perfeitos "tipo-anuncio-da-pantene", mas umas curvas capilares.
- "Sim?"
- "Sou advogado de $%&/, ando à procura de um devedor. É a !"()?=.
-"E o que é que eu tenho a ver com isso?"
- "Você não foi advogado da !"()?= ?"
- "Não. Por acaso, já litiguei, também contra era".
- "Ou isso. Não me sabe dizer onde anda, ou sabe?" (A pergunta era parva. A devedora era pessoa colectiva.)
O Pingo Doce tinha comprado a Vodafone, a rede que utilizava para as telecomunicações móveis. Era o momento de cobrar a dívida, pelo que se impunha o primeiro telefonema de cortesia a avisar que era devedor e teria mesmo de pagar. Tudo era dito com a uma voz feminina delicodoce, como, aliás, se impunha.
Nada era devido. Era o que faltava. O que impunham as condições contratuais era, tão-somente, um pagamento mensal de "X". A partir daí, "liberar geral".
Toca a campainha.
Era um anão. Vestia uma camisa vermelha, que estava fora das calças, calças essas que eram de ganga. Ou bege. Os sapatos eram pretos, a atirar para o verniz. O traço distintivo, para além do tamanho, era o cabelo. Enorme, encaracolado, seboso. Não com caracóis perfeitos "tipo-anuncio-da-pantene", mas umas curvas capilares.
- "Sim?"
- "Sou advogado de $%&/, ando à procura de um devedor. É a !"()?=.
-"E o que é que eu tenho a ver com isso?"
- "Você não foi advogado da !"()?= ?"
- "Não. Por acaso, já litiguei, também contra era".
- "Ou isso. Não me sabe dizer onde anda, ou sabe?" (A pergunta era parva. A devedora era pessoa colectiva.)
terça-feira, janeiro 03, 2012
Ao contrário do que as produções Hollywoodescas nos fazem parecer, o fracasso não é um momento que marca o fim de qualquer coisa.
Por exemplo, o "Suspeito da Rua Arlington". Aquilo acaba mal. Pode falar-se em fracasso. E há o fim. Let's move on.
Na vida real, não. Trata-se de uma diferença colossal.
Na vida real, não naquela onde o Jeff Bridges existe, um erro não determina o fim dos erros. A seguir a um vem outro. Ao outro segue-se outro. O outro melhor que outro. And so on.
Isto, basicamente, para dizer que, na modesta idade que tenho, já fracassei mais que a maioria. É uma coisa muito minha, pronto.
Não sei se será da proximidade da data, se será da perda progressiva de qualidades próprias a que tenho vindo a assistir. Uma das duas. Talvez as duas.
Constatada a primeira facada (não hoje constatada, apenas hoje relatada), a segunda vem já: como resolver? O problema do fracasso (como da humanidade em geral) é que não consegue reverter os ponteiros do relógio. O tempo não volta atrás, oh António Mourão. Pior: nada do que se faça agora deixará de ter o célebre e funesto rótulo: "Estás a compensar a merda que fizeste".
Pois é, é um dilema. Não há é vontade de ligar para a Maya (Eunice, de sua graça). De certeza que ela "sacava" logo de um Dependurado e me dizia qualquer coisa como: "venda a sua casa, que ela está cheia de más vibrações" ou "compre um pequeno hamster".
Quando souber o que fazer depois do fracasso, volto a escrever outro texto sobre a temática. Poupar-me-ei ao esforço se a resposta for um simples: "segue a tua vida".
Por exemplo, o "Suspeito da Rua Arlington". Aquilo acaba mal. Pode falar-se em fracasso. E há o fim. Let's move on.
Na vida real, não. Trata-se de uma diferença colossal.
Na vida real, não naquela onde o Jeff Bridges existe, um erro não determina o fim dos erros. A seguir a um vem outro. Ao outro segue-se outro. O outro melhor que outro. And so on.
Isto, basicamente, para dizer que, na modesta idade que tenho, já fracassei mais que a maioria. É uma coisa muito minha, pronto.
Não sei se será da proximidade da data, se será da perda progressiva de qualidades próprias a que tenho vindo a assistir. Uma das duas. Talvez as duas.
Constatada a primeira facada (não hoje constatada, apenas hoje relatada), a segunda vem já: como resolver? O problema do fracasso (como da humanidade em geral) é que não consegue reverter os ponteiros do relógio. O tempo não volta atrás, oh António Mourão. Pior: nada do que se faça agora deixará de ter o célebre e funesto rótulo: "Estás a compensar a merda que fizeste".
Pois é, é um dilema. Não há é vontade de ligar para a Maya (Eunice, de sua graça). De certeza que ela "sacava" logo de um Dependurado e me dizia qualquer coisa como: "venda a sua casa, que ela está cheia de más vibrações" ou "compre um pequeno hamster".
Quando souber o que fazer depois do fracasso, volto a escrever outro texto sobre a temática. Poupar-me-ei ao esforço se a resposta for um simples: "segue a tua vida".
segunda-feira, janeiro 02, 2012
O Orçamento "Zero"
É um nome pouco técnico de um documento do mais complexo possível.
Não o vou definir. Primeiro, porque acho que todos os Orçamentos devem ser "Zero" e são (Vide LEO). Segundo, porque não me apetece.
O ano 2012 vai ser o meu Orçamento "Zero". Não vou esperar nada. Cada rubrica da minha vida vai ter exactamente aquilo que precisa e nem mais um tusto.
(Isto é) Bom porquê?
Porque a parte "maniaco-depressiva-obsessiva-ursa" tem recursos a mais. Digamos que é o sector empresarial do Estado e eu sou o Estado. O Banco (que é a minha boa vontade) está a emprestar demais e isso está a criar um crowding out effect (não se escreve assim) que faz com que as rubricas restantes não gozem do melhor de mim.
Pronto. Era tudo o que queria dizer, numa alusão clara a conceitos económicos que cheguei a perceber mas nunca dominar.
Bom Ano a Todos.
Não o vou definir. Primeiro, porque acho que todos os Orçamentos devem ser "Zero" e são (Vide LEO). Segundo, porque não me apetece.
O ano 2012 vai ser o meu Orçamento "Zero". Não vou esperar nada. Cada rubrica da minha vida vai ter exactamente aquilo que precisa e nem mais um tusto.
(Isto é) Bom porquê?
Porque a parte "maniaco-depressiva-obsessiva-ursa" tem recursos a mais. Digamos que é o sector empresarial do Estado e eu sou o Estado. O Banco (que é a minha boa vontade) está a emprestar demais e isso está a criar um crowding out effect (não se escreve assim) que faz com que as rubricas restantes não gozem do melhor de mim.
Pronto. Era tudo o que queria dizer, numa alusão clara a conceitos económicos que cheguei a perceber mas nunca dominar.
Bom Ano a Todos.
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