A banda de Robert Smith, há largos anos, cantava Boys Don't Cry, todavia, com um seguimento lírico que aqui, no meu caso direi, não se aplica. Importa, não obstante, a máxima: um pénis implica o encerramento de canais lacrimais.
Só que não.
No dia 20 de Outubro de 2016, estive várias horas no Hospital de Cascais à espera de romper com o entendimento expedido. Aconteceu, claro.
Note-se, o aspecto mais importante da vida, a par da beleza, é mesmo o amor. Não há volta a dar, ainda que sejamos os mais intrépidos defensores da masculinidade.
Quando testemunhamos a manifestação mais básica do amor, difícil se torna não reagir. Palavras não bastam. Acções? Quais acções?
Por esta hora, há um ano, almoçava um prato que só me sabia a futuro, a questões, a preocupações.
Sabia, contudo, que a vida nunca mais ia ser a mesma. Porque existia mais alguém. Porque eu, de uma forma que nunca imaginei, me dividi.
Não tenho qualquer espécie de dúvidas que está no meu filho o melhor de mim. Oxalá chegue onde quiser.
Parabéns, meu filho.
sexta-feira, outubro 20, 2017
quarta-feira, outubro 04, 2017
Num mundo alternativo - Post altamente desinteressante
Vamos imaginar que o Bastonário da Ordem dos Médicos comparecia na novíssima inauguração de uma Clínica da Mello Saúde, Germano de Sousa ou outra afim.
Vamos imaginar que o Bastonário da Ordem dos Engenheiros comparecia na inauguração de uma nova sede da Motaengil.
Vamos imaginar que o Bastonário da Ordem dos Contabilistas Certificados comparecia na inauguração da nova da casa da PWC, Anderson (ainda existe?) ou KPMG.
Que juízo mereceria?
Agora, vamos trocar. Em vez do Bastonário da Ordem dos Médicos, pense-se no Ministro da Saúde. Do Bastonário da Ordem dos Engenheiros, o Ministro das Obras Públicas ou Infraestruturas, como é agora. Em vez do Bastonário da Ordem dos Contabilistas Certificados, o Ministro das Finanças.
Que juízo mereceria?
Esta semana, o Bastonário da Ordem dos Advogados e a Ministra da Justiça compareceram à inauguração da nova sede da Abreu Advogados.
Que juízo merece?
Há cerca de 30 mil advogados neste país. Todos os anos se batem records de inscrições no sistema de acesso ao direito, ou seja, todos os anos há mais advogados oficiosos.
A tabela de remunerações do dito sistema não é actualizada há looooooongos anos.
Cada vez mais se queixam os profissionais do foro dos recursos financeiros que têm de afectar ao pagamento da caixa de previdência, para no fim terem uma reforma miserável.
Em contrapartida, há menos clientes, ainda se sentido as dificuldades da crise económica. Os que aparecem pouco podem pagar.
Por outro lado, de forma sistemática, somos brindados com publicações e editais informando das sanções aplicadas aos Colegas.
Os que querem ser advogados pagam o que têm, mas sobretudo o que não têm.
Os negócios e grandes adjudicações de prestação de serviços jurídicos são sistematicamente atribuídos aos mesmos grupos.
Que juízo merece?
Quantas vezes vimos um Bastonário a visitar um Colega em prática individual e a querer saber o que o apoquenta?
Quantas vezes vimos algum Ministro da Justiça a fazer o mesmo?
Quantas vezes é que algum Ministério contratou os serviços de alguma sociedade não sediada em Lisboa ou Porto para efectuar projectos de lei a aprovar?
Na profissão, como na vida, os pobres que se desenvencilhem.
Vamos imaginar que o Bastonário da Ordem dos Engenheiros comparecia na inauguração de uma nova sede da Motaengil.
Vamos imaginar que o Bastonário da Ordem dos Contabilistas Certificados comparecia na inauguração da nova da casa da PWC, Anderson (ainda existe?) ou KPMG.
Que juízo mereceria?
Agora, vamos trocar. Em vez do Bastonário da Ordem dos Médicos, pense-se no Ministro da Saúde. Do Bastonário da Ordem dos Engenheiros, o Ministro das Obras Públicas ou Infraestruturas, como é agora. Em vez do Bastonário da Ordem dos Contabilistas Certificados, o Ministro das Finanças.
Que juízo mereceria?
Esta semana, o Bastonário da Ordem dos Advogados e a Ministra da Justiça compareceram à inauguração da nova sede da Abreu Advogados.
Que juízo merece?
Há cerca de 30 mil advogados neste país. Todos os anos se batem records de inscrições no sistema de acesso ao direito, ou seja, todos os anos há mais advogados oficiosos.
A tabela de remunerações do dito sistema não é actualizada há looooooongos anos.
Cada vez mais se queixam os profissionais do foro dos recursos financeiros que têm de afectar ao pagamento da caixa de previdência, para no fim terem uma reforma miserável.
Em contrapartida, há menos clientes, ainda se sentido as dificuldades da crise económica. Os que aparecem pouco podem pagar.
Por outro lado, de forma sistemática, somos brindados com publicações e editais informando das sanções aplicadas aos Colegas.
Os que querem ser advogados pagam o que têm, mas sobretudo o que não têm.
Os negócios e grandes adjudicações de prestação de serviços jurídicos são sistematicamente atribuídos aos mesmos grupos.
Que juízo merece?
Quantas vezes vimos um Bastonário a visitar um Colega em prática individual e a querer saber o que o apoquenta?
Quantas vezes vimos algum Ministro da Justiça a fazer o mesmo?
Quantas vezes é que algum Ministério contratou os serviços de alguma sociedade não sediada em Lisboa ou Porto para efectuar projectos de lei a aprovar?
Na profissão, como na vida, os pobres que se desenvencilhem.
terça-feira, outubro 03, 2017
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