Já não me recordo se foi no Quiosque do Sr. Vítor, ou mesmo na casa dos meus pais. Estava a ler o jornal em conjunto com o meu avô. Devia ter não mais que 10 anos. Era um jornal popular, um CM ou 24 Horas. Como é tradição nessas publicações, chegou-se à página onde se anunciam os óbitos. Fotografias de velhos, não-tão velhos, novos.
Perguntou-me o meu avô se sabia o que tinha acontecido àquelas almas. Respondi que não sabia.
"Deixaram de fumar".
Como é tão natural nesta altura do ano, quem escreve pedaços de sarjeta parecidos com este propõe-se a elaborar um balanço do ano que finda.
Não o vou fazer. Primeiro porque não sei o que é um balanço. Fosse Contabilista Certificado e tudo era mais fácil. Até fazer os trocos do tabaco.
Ao invés de lamentar o facto de grandes nomes "deixarem de fumar", não quero deixar de me lembrar do que foi o fim do ano de 2015. Cerca de 5º graus, um 5.º Andar. Fogo de Artífico.
"Vamos ser pais?"
E fomos.
E somos.
Entrem bem o ano.
Sou a prova viva de que, calhando, as resoluções de ano novo verificam-se.
quinta-feira, dezembro 29, 2016
terça-feira, dezembro 13, 2016
Para não variar, um lamento
Poucos dias depois de me lançar naquilo que o capitalismo ainda proporciona, fiz o que faria qualquer amador: pesquisei na gigante net por alguém que me fizesse um site ao nível do orçamento que tinha, equivalente a uma prestação mensal de um carro de gama baixa.
Veja-se bem: encontrei. Fizeram, cobraram e foram à vida deles, se é que isso se pode dizer.
Advertiram: "Daqui a um ano, tem de renovar o servidor".
Assim fiz: um ano depois, ia elaborar um e-mail para os fulanos e, eis senão quando, descubro que já não existem.
Ou seja, hoje já não tenho site e não encontro um negócio semelhante em lado nenhum.
Acaba por ser chato.
Veja-se bem: encontrei. Fizeram, cobraram e foram à vida deles, se é que isso se pode dizer.
Advertiram: "Daqui a um ano, tem de renovar o servidor".
Assim fiz: um ano depois, ia elaborar um e-mail para os fulanos e, eis senão quando, descubro que já não existem.
Ou seja, hoje já não tenho site e não encontro um negócio semelhante em lado nenhum.
Acaba por ser chato.
segunda-feira, dezembro 05, 2016
Notas Profissionais
Desleixei-me.
Não é porque esteja gordo, que estou. Não é porque só me lembre do que precise, embora o faça. Não é porque não tenha actividade física relevante. Não tenho.
Lembro-me de, ainda na Faculdade, um caríssimo Amigo iniciar, convidando-me para tal, um blogue a favor do SIM no referendo relativo à IVG. Naquela altura, despertam-se as noções políticas, percebe-se o lado da barricada, sem prejuízo de um qualquer progresso, ou reversão, se tudo correr mal. Ideais como Democracia, Liberdade, Dignidade Humana ou Igualdade estavam no vocabulário de todo e qualquer dia. Não havia perda de pitada da vida ocorrida no poder. Chegamos a conhecer quase todos os deputados à A.R.
Hoje, em vésperas de uma eleição importante, percebo que não tomei parte em rigorosamente nada daquilo que lhe diz respeito.
Clarificando, elaboro sobre o meu absentismo no dossier "Eleições para a O.A".
Votei, claro que votei. Votei em branco.
Porque pensei "Eles são todos iguais, querem é visibilidade".
Porque não vi um debate.
Porque não abri um mail de candidaturas.
Nada. Nadinha.
Mal ou bem, um bastonário tem peso. Muito ou pouco, influencia a vida da Ordem.
Estou descrente, é o que estou. Deixei de acreditar.
Já vai para anos em que deixei de acreditar em intervenientes públicos. O último em quem pensei que poderia mudar qualquer coisa para melhor chegou a estar detido.
Em suma, nhé.
Não é porque esteja gordo, que estou. Não é porque só me lembre do que precise, embora o faça. Não é porque não tenha actividade física relevante. Não tenho.
Lembro-me de, ainda na Faculdade, um caríssimo Amigo iniciar, convidando-me para tal, um blogue a favor do SIM no referendo relativo à IVG. Naquela altura, despertam-se as noções políticas, percebe-se o lado da barricada, sem prejuízo de um qualquer progresso, ou reversão, se tudo correr mal. Ideais como Democracia, Liberdade, Dignidade Humana ou Igualdade estavam no vocabulário de todo e qualquer dia. Não havia perda de pitada da vida ocorrida no poder. Chegamos a conhecer quase todos os deputados à A.R.
Hoje, em vésperas de uma eleição importante, percebo que não tomei parte em rigorosamente nada daquilo que lhe diz respeito.
Clarificando, elaboro sobre o meu absentismo no dossier "Eleições para a O.A".
Votei, claro que votei. Votei em branco.
Porque pensei "Eles são todos iguais, querem é visibilidade".
Porque não vi um debate.
Porque não abri um mail de candidaturas.
Nada. Nadinha.
Mal ou bem, um bastonário tem peso. Muito ou pouco, influencia a vida da Ordem.
Estou descrente, é o que estou. Deixei de acreditar.
Já vai para anos em que deixei de acreditar em intervenientes públicos. O último em quem pensei que poderia mudar qualquer coisa para melhor chegou a estar detido.
Em suma, nhé.
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