Já não me recordo se foi no Quiosque do Sr. Vítor, ou mesmo na casa dos meus pais. Estava a ler o jornal em conjunto com o meu avô. Devia ter não mais que 10 anos. Era um jornal popular, um CM ou 24 Horas. Como é tradição nessas publicações, chegou-se à página onde se anunciam os óbitos. Fotografias de velhos, não-tão velhos, novos.
Perguntou-me o meu avô se sabia o que tinha acontecido àquelas almas. Respondi que não sabia.
"Deixaram de fumar".
Como é tão natural nesta altura do ano, quem escreve pedaços de sarjeta parecidos com este propõe-se a elaborar um balanço do ano que finda.
Não o vou fazer. Primeiro porque não sei o que é um balanço. Fosse Contabilista Certificado e tudo era mais fácil. Até fazer os trocos do tabaco.
Ao invés de lamentar o facto de grandes nomes "deixarem de fumar", não quero deixar de me lembrar do que foi o fim do ano de 2015. Cerca de 5º graus, um 5.º Andar. Fogo de Artífico.
"Vamos ser pais?"
E fomos.
E somos.
Entrem bem o ano.
Sou a prova viva de que, calhando, as resoluções de ano novo verificam-se.