Está por estudar (penso eu) a equivalência entre a vontade dos mais novos em ter determinada profissão e o efectivo exercício da mesma, na idade certa.
Quantos daqueles que queriam ser "jogadores da bola" conseguiram lá chegar, ainda que num nível amador?
E quantos daqueles que queriam ser polícias enveredaram por essa carreira?
Era engraçado saber.
Pela minha parte, sempre quis ir para o curso de Direito. Na escola primária, ainda falei em ser advogado, mas daí para a frente só pensava na magistratura.
Calhou-me a fava e hoje em dia engrosso as filas da mais proletarizada profissão intelectual.
Não que me queixe, mas queixando-me, vá.
Nesse percurso que força as decisões que é o crescimento, houve uma altura em que, desgraçadamente, pensei que podia ser músico. Não a nível profissional. Um curioso, só. Pedi aos meus pais que me inscrevessem nas aulas de orgão. Como sempre e nunca me deixando ficar mal, e tantas vezes com custos elevados, lá me inscreveram (bem como à minha irmã) numa escola de música.
Recordo, nesta altura, e mais do que nunca, aqueles tempos.
Primeiro, porque gostava do professor de orgão, Bruno de seu nome. Um galhofeiro. Também tinha aulas de solfejo. A professora, Marta, sabia do assunto e muito ensinou. Estão a ver uma velha caquética, feia e desdentada? Era o oposto.
Em segundo, porque não cheguei a um nível que me permitisse desenvolver o ouvido para níveis mais aceitáveis.
Isto tudo para chegar a uma conclusão. Nestes dias, preciso de uma banda sonora. Um conjunto de músicas que preencham acontecimentos. Até que os legendem, se for caso disso.
E está difícil.