Acabando de "passar" fotos de câmara fotográfica alheia para o meu computador, sou invadido por duas sensações fortíssimas.
A primeira sensação é nostalgia. Terei passado o melhor fim de semana da minha vida naquela que, para mim, é a capital da europa. Uma cidade recheada de conteúdo, sentimento e história, história própria que, desde então, se entrelaçou com a minha. Ainda que de alguns dias se tratasse, a intensidade jamais poderia ser maior. Cada segundo foi aproveitado como se não houvesse outro e cada olhar recordado como se a eternidade fosse uma pausa para café.
Completa-se uma semana desde a noite em que não se dormiu e a passagem directa, acordado(s), para o aeroporto se fez sem espinhas, pagando menos pelo taxi, do que aquilo que era esperado e quase chorando por chegar uma hora que se queria para mais tarde.
A segunda sensação é de satisfacção. Lamechas ou não, há que dizer que fui para lá com aquela que mais desejava e desejo, hoje mais, hoje tanto. Fui espantado com a articulação e disponibilidade que me mostrou. Uma autêntica felina, que misturava a calma da confiança e a acção da crença, sempre percebendo que a solução viria.
Não é possível ocultar O Facto: a viagem foi ela. Vi monumentos, falei a lingua local com os nativos, coisas que me enchem sempre o ego, mas foi nela que vi o que mais importava.
Será demasiado pessoal para expôr aquilo de que falo.
Ela sabe-o.
Pode ser que um dia deixe de me querer. Pode ser que a vida dê as cambalhotas sempre cinzentas e os desencontros se produzam. Se há certezas, esta é A Certeza: ao mais puro espírito existêncialista, afirmo que perdurará na minha memória enquanto for dono dela. Fará parte do meu imaginário. Ocupará a minha mente quotidianamente, quiçá, ainda mais que hoje.
É no olhar dela que me perco.
É nela que me acho.
Passou uma semana.