domingo, fevereiro 24, 2008

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Finda, nesta hora, o tempo suficiente para gerar uma vida humana e trazê-la ao mundo, para que o nascimento se dê e a caminhada pela experiência tenha lugar.
Quantas vezes, em tom de brincadeira, me disse que o "puto ia nascer". Um puto que, mesmo antes de adquirir personalidade jurídica, já ficava no cacifo, já tinha nome de ciclista.
Não se gerou (e agora afastam-se as brincadeiras) vida nenhuma mas mudou-se uma vida que já existia. Mudou-se para melhor. Aprendeu-se, melhorou-se, acima de tudo, aperfeiçoou-se um processo de socialização (terminologia economica à parte) e de integração num meio que só conferia rotina e hábito.
Veio, numa festa, surgir a felicidade constituida pelas mais sedutoras formas humanas, invadir-me daquilo que esperei sempre, daquilo que nunca tive, para nunca mais me deixar voltar a um calvário fornecido pelo 38 que passava ali, onde tudo começou.
Hoje, sei que a festa ainda não acabou, que a música toca, o néctar chega-nos pelas mãos de quem sorri por ver que algo mágico nasce, que a multidão rodeia e observa, atentamente, para ver no que vai dar, para saber qual o desfecho.
Mais ainda: não acabou, porque o primeiro olhar dela, que me afectou tão apaixonadamente, que me tocou tão nuclearmente está lá...
Não acabou. Continuará.