Sucedeu ser advogado de um puto acusado de violência doméstica contra a namorada. Ex-namorada, no presente.
Os factos alegados contra o cavalheiro são os "costumeiros" nestes casos: nomes feitos, uns tabefes, complicados com eventual arremesso de armário e amassos nos braços.
O julgamento foi para a terceira sessão.
Eis que vem ter comigo a mãe da Ofendida. A mãe da pessoa que acusou o meu defendido.
"Podemos falar? Olhe, eu não quero que o miúdo vá preso, mas ele precisa de acompanhamento psicológico. Os pais não lhe dão apoio. Ponha-o a fazer trabalho comunitário, safe-o, mas ele que vá para um daqueles centros de vítimas de violência doméstica".
Contive-me. Não dei conversa. Eventualmente, uns "pois", seguidos de "sim, também sou pai" e rematado com "tenho que fazer o meu trabalho". Este último soa a desculpa. Desculpa que não devia.
Era a mãe da miúda "afectada".