Para uma definição: cá está ela.
Enquanto qualidade daquilo que é íntimo, a intimidade é, na minha modesta opinião, uma última barreira.
Do grande princípio da confiança que norteia toda e qualquer relação, seja pessoal ou jurídica (mesmo!), que não convém violar, deriva a defesa da intimidade.
Essa defesa faz-se das mais diversas formas.
Por um lado, não propagandeando o que nela existe, e por outro, decisivo, fazendo dela um círculo privilegiado de conversa, debate, avanço.
Num plano algo diferente deste, temos a conversa da treta.
A conversa da treta surge como uma das mais fantásticas criações da natureza. Qualquer ser-humano tem capacidade da produzir, de a fazer alastrar, até de a defender.
Certo dia, a conversa da treta e a intimidade encontraram-se.
Digamos, para jogar uma bisca lambida.
Como não são pessoas, não falaram uma com a outra.
Nem jogaram às cartas.
Porém, a mera hipótese metafórica de um encontro entre um substantivo e uma expressão faz logo antever que está na própria rerum natura a total antitese.
A moral da história não é o gelado ser de morango.
Quando se misturam realidades incomunicáveis é estúpido.
E o que é estúpido é só estúpido ou poderá resultar, ainda, na moagem mental.
E a mente não é materia prima para fazer pão.