segunda-feira, maio 20, 2013

A intimidade

Para uma definição: cá está ela.

Enquanto qualidade daquilo que é íntimo, a intimidade é, na minha modesta opinião, uma última barreira.

Do grande princípio da confiança que norteia toda e qualquer relação, seja pessoal ou jurídica (mesmo!), que não convém violar, deriva a defesa da intimidade.

Essa defesa faz-se das mais diversas formas.

Por um lado, não propagandeando o que nela existe, e por outro, decisivo, fazendo dela um círculo privilegiado de conversa, debate, avanço.

Num plano algo diferente deste, temos a conversa da treta.

A conversa da treta surge como uma das mais fantásticas criações da natureza. Qualquer ser-humano tem capacidade da produzir, de a fazer alastrar, até de a defender.

Certo dia, a conversa da treta e a intimidade encontraram-se.

Digamos, para jogar uma bisca lambida.

Como não são pessoas, não falaram uma com a outra.

Nem jogaram às cartas.

Porém, a mera hipótese metafórica de um encontro entre um substantivo e uma expressão faz logo antever que está na própria rerum natura a total antitese.

A moral da história não é o gelado ser de morango.

Quando se misturam realidades incomunicáveis é estúpido.

E o que é estúpido é só estúpido ou poderá resultar, ainda, na moagem mental.

E a mente não é materia prima para fazer pão.