Quando era uma criança, rechonchuda, roliça, divertida, mas sobretudo inconsciente, fartei-me de ir a festas de anos. Bastantes. Também organizei muitas.
Dei por mim a constatar que esses eventos já não existem na minha caminhada pelo mundo. Hoje penso nisso, penso na razão que terá levado a isso.
De alguns nem me lembro, simplesmente, sei que aconteceu um evento, estive, vi, gostei, mas nem me lembro da cara.
Outros foram viver para longe.
Outros incompatibilizaram-se com esta alma.
Ainda há, também, aqueles desapareceram. Sem mais. Sem menos.
O que me põe a pulga atrás da orelha são os casos em que continuei a ser amigo da pessoa, continuei a ser estimado e, no entanto...
Houve ali qualquer coisa que se perdeu. Como um imóvel, registado numa qualquer conservatória do registo predial, sabe-se que o Zé Manel é o proprietário do prédio hoje, mas há 20 anos não era, constava outro do registo. Sem se saber como, nem porquê, agora o dono do "pedaço" é ele.
Caramba. Que tipo de contrato macaco terei eu celebrado para se perder o trato.