Acabo de regressar de Trás-os-Montes.
Depois de uma bela estada, numa bela casa, fico com a sensação que vivemos num país que é profundamente diferente. Na minha viagem, acabo por perceber que o que nos une é, somente, a língua mãe.
Iniciei a jornada, no comboio Fertagus, que me encaminhou, da Margem Sul, até Lisboa. Paragem: Sete Rios. Toca de "desembarcar", comprar bilhete e entrar no autocarro.
Seguimos (eu e família acompanhante :) ).
Até ao Porto, um silêncio incómodo. Ninguém se dirigia a ninguém. Havia um duro desprezo entre ocupantes daquele veículo. Contava-se com a disciplina do número do lugar, como factor incontornável, para toda a viagem. Entrar, pousar a bagagem, ver o sítio, sentar.
Chegando ao Porto, como que se de outro país se trata: de muita gente que tinha uma pronuncia impar, uns da invicta, outros mais transmontanos, o clima muda. Sentam-se onde há lugar, metem conversa com as pessoas, tudo é muito mais alegre. Á parte disso, a redondeza era diferente: a paisagem, com uma vista muito mais pobre, contrastava com o sitio de onde tinha vindo. Os meios, físicos como humanos, eram outros.
Quanto à minha permanência, no local de culto que é aquela aldeia, a mesma coisa: contam-se pelos dedos de uma mão aqueles que tinham internet. Ganhou o "Não", A Igreja Matriz ocupa 20% da vila, a resignação está instalada. Alguém se esqueceu daquelas pessoas ali. Estão numa zona híbrida, não são espanhois, nem portugueses. Falam amigavelmente, tratam-nos nas palminhas. Mas foram esquecidos.
O País que temos seria uma potencia...se não se tem apostado só onde está o dinheiro.